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Playboy.

"Olhei pra cima vendo meu pai com uma garrafa de cerveja na mão e me encarando, me encolhi no chão negando com a cabeça e ele soltou uma risada, jogando a garrafa de vidro na minha cabeça."

Dei um pulo da cama, abrindo os olhos assustado e me sentei. Bianca se afastou de mim porque tava ligada que eu não gostava de ninguém me tocando depois que eu tinha um pesadelo.

Olhei em volta e ela me encarou, me levantei da cama passando a mão no rosto e sai do quarto, indo pra sala e procurei por um cigarro, comecei a bolar um e fui fumar de qualquer jeito, sentindo o gosto amargo na minha boca.

Me estiquei no sofá soltando a fumaça e respirando fundo, olhei pra minha perna vendo a cicatriz do corte de faca que tinha ali. Marcelo fez quando tava muito louco de droga, ele me viu, me chamou, e me fez sentir cada segundo da dor filha da puta.

Tirei o cigarro da boca, colocando a ponta acesa virado e encostei na cicatriz. Sentir arder, queimar, mas papo reto, nada se comparava com a dor que eu senti no dia, o sangue escorrendo, eu moleque novinho chorando, desesperado por isso...

Tomei um susto quando escutei algum bagulho caindo e coloquei o cigarro no cinzeiro, entrei no chão tossindo e vi a Bianca ajoelhada no banheiro, vomitando. Fui até a pia lavar minhas mãos e coloquei o cabelo dela pra trás, vendo ela virar o rosto segundos depois.

Playboy: Tá melhor? - Ela confirmou, pegando o papel e limpando a boca.

Ajudei ela a se levantar e ela lavou a boca, peguei a escova vendo ela dar risada e segurei o rosto dela, escovando os dentes dela. Mas ela só sabia dar risada e mal me deixava fazer os bagulhos, escovei os dentes dela e depois escovei os meus, vendo ela deitar na cama de novo.

Playboy: Perdeu o sono? - Apaguei a luz, sentando do lado dela.

Bianca: Queria deixar você dormir hoje.- Falou esticando os braços pra mim e eu deitei em cima dela.- Você acha que o bebê é menino ou menina?

Playboy: Menino? - Dei os ombros.- Não sei qual o pior pô.- Bianca se afastou de mim e eu olhei pra ela.- Ué cara, maior maldade no mundo aí, dá bem pra contar com a sorte.

Bianca: Não é preciso de sorte quando se tem esforço.- Neguei com a cabeça.

Playboy: Tá bom, cara. Então vai ser menina ai, pra ser bonitinha e chata igual a tu.- Falei me jogando do lado dela.

Bianca: Chata...- Debochou.- Vai lá viver sem a chata.

Playboy: Impossível.- Gastei ela, que soltou uma risada.

Bianca: Não sustenta um dia longe de mim mano, que isso.- Deu um tapa na minha barriga, eu beijei o pescoço dela vendo ela me olhar e segurou meu rosto.

Playboy: Sustento mermo não.- Ela sorriu.

Bianca me abraçou e segurou minha mão, fazendo carinho. Fechei os olhos sentindo o cheiro dela e a Bianca encostou a boca na minha testa, não consigo pregar os olhos de novo, mas fiquei até o dia amanhecer quieto ali.

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