Playboy.
Deixei os dias passando, deixei Bianca no canto dela e fui procurar algum bagulho pra me distrair. Tava no corre o tempo todo, fazendo altos bagulhos que apareciam só pra passar o tempo, eu odiava me encher de bagulho assim, mas era só pra ficar longe de casa e dar o espaço que a Bianca queria...
Eu cheguei em casa e não tinha ninguém, Bianca tava na escola e eu fui direto pro banheiro. Tomei um banho na maior paz, fiquei enrolando ali por maior tempão, até tomar um susto com a Bianca entrando no banheiro, ela tava quase sem ar, e com cabelo todo bagunçado.
Bianca: Tentaram me pegar.- Falou, mas mal conseguiu terminar a frase.- Tentaram fazer alguma coisa comigo.
Playboy: Como é o bagulho? - Desliguei a água, pegando minha toalha e ela fechou os olhos.
Bianca fraquejou quase caindo no chão, segurei ela e peguei ela no colo, colocando ela na cama. Vesti uma cueca e peguei a água que tava na garrafa da noite ali, entreguei pra ela e ela me olhou.
Playboy: Quem foi? - Segurei o rosto dela.- Quem foi o filho da puta?
Bianca: Eu não sei.- Falou chorando.- Eu tava subindo aquele beco que tem na rua sem luz, eu não consegui ver a cara. Sei que eu chutei a barriga do cara e sai correndo, ele ainda tocou nos meus peitos, e eu corri... Fiquei sem reação, sem entender nada, eu sempre passo por ali.
Playboy: Escutou a voz? Qualquer bagulho, Bianca.- Falei nervoso pra caralho, ela se encolheu chorando, negou e eu abracei ela.
Tentei sair dali pra ir atrás, e qualquer filho da puta que eu achasse, ia meter bala de qualquer forma. Mas minha mente só pensava em uma pessoa, não tinha como e era a única lógica do bagulho, com certeza tinha papo do fogueteiro no meio disso.
Bianca: Eu sempre passo por ali, todos os dias. Não é possível cara, que inferno.- Falou limpando o rosto e se afastou.
Playboy: Tem algum bagulho machucado? - Falei olhando o corpo dela e ela negou.- Eu vou matar o Fogueteiro, não vai demorar! Isso é um bagulho que eu tô te prometendo, nem que minha vida vá junto com a dele pô.
Bianca: Eu nem vi se foi ele...- Falou baixo, tentando parar de chorar.
Playboy: Mas não é bagulho difícil de saber quem é o mais filho da puta desse morro.- Ela passou a mão na barriga.
Olhei pra barriga dela e ela se levantou indo pro banheiro, fiquei sentado olhando ela lavar o rosto e tirar a roupa pra tomar banho. Passei a mão no rosto e me levantei, colocando uma bermuda.
Senti vontade de fumar mas evitei o bagulho e fiquei comendo besteira, até a Bianca sair do banheiro e vestir a roupa, ela deitou do meu lado se encolhendo e eu beijei a testa dela, vendo ela virar o rosto.
Bianca: Eu quero sair logo daqui.- Falou sem me olhar.
Eu confirmei com a cabeça e deitei a cabeça no peito dela, aproveitando pra ficar tranquilo ali. A hora passou e eu contava cada segundo, minha mente tava a milhão, eu pensava em mim bagulhos pra fazer, e tava pouco me fudendo pra quem eu a ter que matar pra garantir qualquer paz.
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Réus.
RomanceDe que vale o amor, sem passar pelo processo da dor?! Na verdade, pra sentir a paz, a calmaria e o amor, é necessário sentir tanta dor?! Talvez o processo seja longo, difícil e quase impossível, mas a busca pelo final feliz nunca pode acabar...