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Bianca.

Uma semana depois, eu nem conseguia entender direito qual rumo estava tomando. Hoje era dia de tribunal, eu estava ansiosa e nervosa para o que viria daqui pra frente, pois sabia que não ia ser bom.

No dia que o Lucas foi preso, tentei ir atrás dele na delegacia, mas quase apanhei na porra da delegacia.

Quando eu estava saindo de lá, um carro parou na minha frente e eu já me preparei pra um tiro bem bonito na minha testa, tanto que paralisei ali mesmo. Mas quando o vidro baixou, era só o Guto me mandando entrar.

E desde esse dia que eu vim parar no Jacarezinho pra minha nova cara. E sinceramente? Era o único local que eu me sentia segura por enquanto.

Eu estava saindo de casa quando vi a Yara descer do carro, olhei pra ela tirando o óculos do rosto e ela olhou pra mim, se aproximando. 

Yara: Eu tô indo pro tribunal também, quer ir comigo? - Olhei pro relógio no pulso, eu iria pra lá de uber e sabia que ia demorar bastante até o carro chegar, então confirmei com a cabeça.

Entrei no carro vendo o marido dela dirigir e fiquei olhando pela janela, demorou um tempinho até a gente chegar e entramos, me sentei ao lado dela e respirei fundo.

Yara: Você acha que vão pegar muito pesado? - Olhei pra ela, que me encarava preocupada.

Era estranho, porque ela nunca havia demonstrado realmente se importar com ele. Fui eu que sempre aguentei todas as barras, todas as merdas, não era justo ela fingir esse papel agora!

Bianca: Não sei.- Falei o mais seca possível.- O cabeça que deve tá responsável por tudo isso, ou vai fazer ele ficar o resto da vida, ou vai fazer ele sair o rápido possível pra poder ter acerto de contas aqui fora.

Yara: Eu nunca vou entender como eles chegaram a esse nível.- Tossi sem querer, por estar segurando a risada e ela desviou o olhar.

Baixei a cabeça olhando pra minha barriga e pousei a mão em cima, levantei a cabeça escutando as pessoas falando e vi que a Yara me olhava. Olhei o Lucas entrando com a cara de acabado, mas ao mesmo tempo misturado com puro ódio.

Ele rodou os olhos por todos até achar o meu, sorri de orelha a orelha pra ele e ele relaxou um pouco a postura, balançando a cabeça em sinal de confirmação pra mim.

E assim colocou, falas e mais falas. Eu realmente não aguentava mais, fui no banheiro umas 5 vezes e fiquei enrolando lá, quando escutei aqueles "15 anos de reclusão." senti as lágrimas descendo do meu rosto, Lucas olhou pra trás me encarando e aquilo foi dado como encerado, corri até ele e a única coisas que separava a gente era as portinhas pequenas.

Playboy: Se cuida, cuida do desse nosso bagulho.- Falou e eu segurei o rosto dele contra o meu.- Pega a grana, mete o pé daqui, vai pra longe! Quando eu saí eu te encontro até no inferno...

Bianca: Eu vou fazer de tudo pra você sair antes.- Falei chorando e ele negou.

Playboy: Eu te amo, bibi.- Falou beijando meu rosto e ele foi puxado pra trás com força.

Tentei pular aquilo ali, pouco me importando com as consequências mais fui segurada. Me encolhi nos braços da Yara e senti minha barriga doendo.

Eu estava perdida, iriam ser anos sem uma pessoa que eu aprendi a viver todos os dias da minha vida, por uma pessoa que eu não sabia nem se conseguia levar uma vida pra frente, depois de me acostumar com tudo.

Eu realmente não estava preparada pra uma vida assim, sem o Lucas todos os dias comigo...

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