Bianca.
Fui com o menino de moto até achar uma casa legal, já tinha conseguido analisar até o quartinho do bebê ali. De qualquer forma, eu estava nervosa, não sabia se realmente iria em frente, porque eu estava querendo passar um tempo sozinha, e eu achei a casa uma oportunidade perfeita.
Nem que seja por uma semana, ou um dia. Me faria super bem ficar tranquila e longe do Playboy.
Bianca: Você pode me dar a chave? - Falei e ele negou.
Guto: Jacaré só deu autorização pra tu escolher alguma, ele não quer confusão com o Playboy. Manda ele vim aqui e ele pega a chave.- Eu revirei os olhos por trás do óculos.- Essa mermo, né?! Vou mandar limpar e ajeitar os bagulhos.
Bianca: Essa mesmo.- Falei olhando a casa, ele pegou raidinho e eu fiquei esperando.
Senti meu celular tocar, olhei na tela vendo que era o Playboy, coloquei o celular no bolso e ajeitei meu óculos, o menino desceu comigo e eu fiz o mesmo esquema pra voltar pra casa, cheguei vendo que a hora tava voando e eu tinha pouquíssimo tempo pra ir pra escola, então entrei voando, mas vi o Playboy no quarto, contando dinheiro.
Ignorei ele, mesmo sabendo que aquele dinheiro era de droga. Era sempre assim, sabe?! O Fogueteiro sempre fez a mesma merda.
Playboy: Me escuta, pô. Fiquei preocupado contigo, eu sei que tu tá na razão, mas se liga pô.- Tirei minha roupa do armário, colocando na cama.- Eu não fui lá nessa intenção, papo reto... Tu sabe como funciona os bagulhos, mas eu não queria cair nessa de novo pô.
Peguei a toalha e ia entrar no banheiro, mas o Playboy entrou na minha frente, ele ia me tocar mas eu olhei pra mão dele e ele se afastou.
Playboy: Eu não sei se pra tu, um erro vai tá desfazendo todos os bagulhos que eu venho tentando pra te ver feliz, cara! - Eu olhava pra tudo, menos pra ele.- Tu pode querer me matar agora, nem olhar na minha cara, mas tu não pode negar que eu tô me esforçando de alguma forma.
Bianca: Parabéns pelo mínimo, Playboy.- Passei por ele, fechando a porta.
Ignorei qualquer pensamento só pra poder tomar um banho rápido e sem me estressar, quando eu saí vesti minha roupa e sai de casa voando, sem comer nada. Mas eu só não queria ficar ali, porque não sabia o que fazer, eu nunca sabia.
Eu realmente não colocava a culpa no Playboy, sabe?! Eu custo pra caralho em dizer que ele é uma vítima ali, ele não é criança, eu sei, mas ele consegue se controlar sim! Já perdi as contas de quantas e quantas vezes já vi ele controlado, nem chegando perto dessas drogas.
O problema é o filho da puta do Fogueteiro e Cabeça, eles sempre começam com uma coisa leve, uma conversa, uma distração... Fogueteiro sempre faz questão de pedir pra ele fazer fileirinha, de abrir os pinos, e manda ele cheirar.
Uma das últimas vezes que o Playboy se negou a cheirar, ele levou uma coça do caralho, e ainda sim foi obrigado a cheirar a porra da Cocaína.
Mas esse era o esquema do Fogueteiro, ele arrumava um corre pro Playboy, entregava o dinheiro e dias depois, fazia ele consumir drogas ao ponto do Playboy perder todo o dinheiro, e assim sempre ficar dependente, buscando mais e mais.
E eu sempre me pergunto se isso é vingança por minha causa, se foi porque eu fugi pra casa do Playboy, porque o Lucas me salvou quando o Fogueteiro iria ficar comigo... Se é por isso eu nem sei direito, mas eu realmente faria isso novamente, só pra não ter que conviver com um maluco filho da puta como aquele.
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Réus.
RomanceDe que vale o amor, sem passar pelo processo da dor?! Na verdade, pra sentir a paz, a calmaria e o amor, é necessário sentir tanta dor?! Talvez o processo seja longo, difícil e quase impossível, mas a busca pelo final feliz nunca pode acabar...