Bianca.
Quando acordei o dia já tinha anoitecido, o Leandro continuava dormindo paz no meu colo e eu coloquei a mão no rosto, fui me levantar tentando mexer o mínimo possível com ele, mas assim que eu me mexi ele abriu os olhos.
Soltei uma risada pegando ele no colo e desci dali, entrando em casa e colocando ele no carrinho, enquanto fui procurar alguma coisa pra comer. Vi que o Lucas tava dormindo no sofá todo jogado, ou pelo menos estava de olhos fechados.
Peguei alguma besteira pra comer e coloquei o leite do garotão pra esquentar, mas quando ele me viu comendo começou a chorar.
Bianca: Mamãe sabe que você tá com fome.- Fiz legal pra ele.- Me da uns minutos meu patrão, calma aí.
Leandro gostou de fazer escândalo e eu soltei uma risada colocando meu biscoito recheado na bancada e pegando ele no colo, mas quando olhei de lado o Lucas tinha se levantado e tava vindo na nossa direção.
Playboy: Tá escutando o bagulho dele? - Leandro escutou a voz do pai, praticamente se jogando no colo dele.
Confirmei com a cabeça de boca cheia e Lucas pegou o bebê, fui olhar o leite e enquanto tava ajeitando a mamadeira senti que o Lucas ainda tava parado no mesmo lugar, mas não falei nada, até escutar a voz dele...
Playboy: A gente tem que ir pra Rocinha, não é papo de escolha pô.- Olhei pra ele.
Bianca: É uma escolha sim, Playboy.- Ele ficou mais rígido e fechou a cara pra mim, pelo fato de ter sido chamado pelo vulgo.- O que aconteceu pra você querer tanto ir pra lá, Lucas?
Playboy: Tu quer ficar aqui pra depender do Jacaré pra sempre, porra?
Bianca: Ou você fala direito comigo, ou você cala a boca.- Apontei pra ele.- Quer sair daqui? Chega pra mim e conversa primeiro, não chega jogando tudo pra mim e querendo que seja do seu jeito!
Playboy: Porra cara, o que te faz querer fica aqui? - Falou irônico.- O Guto né pô? O único bagulho possível pra explicar, papo reto! Teu amigão do peito.
Bianca: Vai se fuder, tá maluco cara? Tu vai meter serinho mermo, agora?! - Falei baixo, mas eu juro que tava querendo gritar.- Para, só para de falar merda. Eu não quero fazer isso com o nosso filho aqui, e você acredita em quem falou pra você seja lá o que foi, tanto faz por mim.
Peguei a mamadeira e fui pegar o Leandro, mas ele virou o rosto rindo, como se não tivesse presenciado uma briga entre seus pais. Soltei um suspiro junto de um sorriso tentando pegar ele de novo mas ele agarrou o Lucas rindo, como se falasse "mamãe perdeu, não vou sair daqui."
Estendi a mamadeira pro Lucas que pegou e tentou me puxar pra perto, me soltei dele com cuidado e fui até o quarto, tranquei a porta e fui tomar banho, tentando não perder a cabeça.
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Réus.
RomanceDe que vale o amor, sem passar pelo processo da dor?! Na verdade, pra sentir a paz, a calmaria e o amor, é necessário sentir tanta dor?! Talvez o processo seja longo, difícil e quase impossível, mas a busca pelo final feliz nunca pode acabar...