Playboy.
Yara falou que a Ana tava no soro e pediu pra esperar, mas eu neguei e falei que pela hora, o pai da garota já tava saindo do trabalho e eles que se viravam com isso.
Yara: Vocês podem ir almoçar lá em casa, no domingo.- Encarei ela.
Eu só neguei com a cabeça e dei as costas, fui atrás da Bianca que se levantou e ela a gente desceu pra casa da Yara, desci com ela pra casa e ela foi dormir. Eu fiquei rodando por ali até o meu celular começar a tocar, atendi o Cabeça e me sentei no sofá.
"Cabeça: Coe, Fogueteiro tá querendo tu aqui na boca em cinco minutos.
Playboy: Qual foi pô? O que ele quiser, manda ele chegar na minha pela linha.
Cabeça: Ele não quer falar por aqui não caralho, desce logo pra cá. Papo sério."
Desliguei o celular jogando de lado e passei a mão no rosto, me levantei e fui pra cozinha. Comecei a fazer café e os bagulhos pra Bianca comer, quase uma hora depois, ela apareceu com um sorrisinho.
Bianca: Senti o cheiro de longe.- Falou sentando. Beijei a cabeça dela e ela me encarou.- Tá de bom humor?!
Playboy: Todo dia pô.- Gastei, me sentando pra comer.
Bianca: Que dias são esses que eu não vejo? - Falou revirando os olhos e eu neguei com a cabeça.
Playboy: A gente desce lá no Jacarezinho pra olhar a casa hoje? - Bianca soltou uma risada sapeca.
Bianca: Já fui, já olhei e já escolhi! O menino já mandou até começar a limpar.- Parei de comer encarando ela.- Estava com raiva de você, e de qualquer forma, o que eu escolher você vai querer, então tá ótimo.
Playboy: Tu acha que tá aonde, Bianca? Jacarezinho não é morro amigo daqui, porra. Se algum moleque te pega dando esse vacilo, vão querer te cobrar cara, pensa antes de fazer os bagulhos pô.
Bianca: Maior graça você me pedir pra pensar antes de fazer as coisas.- Falou de boca cheia.- Penso duas vezes mais que você, te manca.
Encarei feio ela e fiquei calado, meu celular tocou e eu vi o nome do Cabeça, ignorei o bagulho e continuei comendo.
Bianca: Tem um quarto perfeito pro bebê. São três quartos, a casa é linda. Tem até espaço pra fazer uma piscina, daria tudo pra uma piscina babado.- Falou depois de um tempo.- Você vai gostar.
Playboy: Eu tô ligado pô, mas também tem que se ligar, estranho pra caralho o maluco tá cedendo todo luxo assim. Ninguém é bobo não pô, uma hora a cobrança vem aí.- Neguei.
Bianca: Sempre vem, e a gente sempre faz alguma coisa pra acertar as contas, então fica tranquilo.- Balancei a cabeça.- Quem tá te ligando?
Playboy: Cabeça, Fogueteiro quer que eu desça lá no bagulho.- Bianca me encarou.- A gente desce lá depois.
Ela confirmou com a cabeça e ia comer, mas levantou e correu pro banheiro vomitar. Eu fiquei tranquilão comendo até ela voltar e começar a me xingar porque eu não fui ajudar ela, mas tava de boa.
Depois de uma cota, subi com ela pra boca e os malucos tavam puto comigo. Subi pra laje vendo o Fogueteiro lá e ele olhou pra Bianca.
Fogueteiro: Tá fazendo o que aqui, pô? Te chamei pra algum bagulho? - Falou encarando ela.
Bianca: Ih, vai chorar? - Debochou e ele veio pra perto da gente, apontando o dedo pra mim.
Fogueteiro: O que tu tava fazendo no Jacarezinh, filho da puta? - Empurrei o dedo dele de perto de mim.
Playboy; Fui levar minha irmã no hospital, tá maluco?! - Falei sério.
Fogueteiro: Tu tá demorando demais nesse caralho pra fazer o bagulho mais fácil que eu te pedi. Papo é sério, te dou uma semana pra tu fazer algum bagulho, ou a cobrança vai bater na tua porta.- Gritou.
Bianca: Tá maluco? Uma semana da nem pra pensar no que fazer.- Ele cresceu pra cima dela e eu entrei na frente dele.
Playboy: Baixa tua bola, filhão. Cresce pra cima dela não, caralho! - Falei sentindo a respiração dele próxima pra caralho, o maluco tava quase explodindo no ódio.- Eu vou fazer no tempo certo, não vou ter pressa não bagulho não!
Fogueteiro: Testa a minha paciência ainda mais pra tu ver o que vai acontecer, porra.- Gritou.- Some daqui.
Encarei ele querendo voar em cima dele ali mermo, levantei a mão tocando na cintura e quando senti a peça, quis tirar a matar ele ali mermo. Mas eu sabia que ia ver a Bianca morrendo na minha frente no mermo segundo, e ela colocou a mão em cima da minha, me puxando pra trás.
Desci as escadas com ela e fiquei no final da escadaria, ela se sentou amarrando o cabelo e eu encostei ali, tirei um cigarro do bolso e ela só me olhou.
Cabeça: O carregamento vai passar no galpão da zona norte, eu quero contagem dos bagulhos tudo certo.- Escutei a voz dele e olhei de lado.
Ele tava falando com um moleque que fazia uns corres e eu olhei pra Bianca, que olhava distraída pro chão. Uma ideia bateu na minha mente, mas eu precisava pensar direito no bagulho, então joguei o cigarro fora e puxei a Bianca pra descer em casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Réus.
RomanceDe que vale o amor, sem passar pelo processo da dor?! Na verdade, pra sentir a paz, a calmaria e o amor, é necessário sentir tanta dor?! Talvez o processo seja longo, difícil e quase impossível, mas a busca pelo final feliz nunca pode acabar...