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Playboy.

O sol clareou no pouco espaço que tinha, eu amanheci acordado como de costume e observei os carcereiros batendo nas celas pra acordar os moleques e eu me sentei, olhando os caras pulando da cama.

Moreno: É hoje ein menor.- Falou jogando a água da pia no rosto e olhou pra mim, balancei a cabeça respirando fundo e ele sentou do meu lado.- E aí, como tá a emoção?

Moreno era um cara que entrou aqui duas semanas depois de mim, maluco era mais velho que eu, tinha 45 anos e tava pagando pelos crimes do passado só agora. Ele foi o único cara que chegou em mim pra conversar, eu não tendo muito papo pra ele, e mermo assim ele não deixa de falar comigo, ele me conta sobre altos bagulhos e eu só fico calado, mas já tirei aprendizado pra caralho da boca dele.

Playboy: Suave.- Falei só isso, balançando a cabeça.

Moreno: Ta suave pra ver tua mulher com maior barrigão, filho? - Olhei de lado, ele tinha visto a foto da ultrassom e ficava falando disso pra caralho.

Baixei a cabeça olhando pro chão e soltei um sorriso de lado, vendo os carcereiros abrindo as celas pro banho de sol.

Playboy: Tô ansioso pra caralho! - Falei baixo.- Eu já vi por foto, mas pessoalmente deve ser outro bagulho.

Moreno: Não tem nem comparação! Como tu vai explicar pra ela o porquê de não tá falando com ela, menor? - Neguei, dando os ombros...

A real é que a Laís, mulher do Jacaré tinha me mandando uma carta poucos dias depois que eu tava aqui. Eu pedi pro advogado que veio me ver uma pessoa de confiança pra falar da Bianca, e ele me garantiu que ela ia cuidar disso.

Laís escreveu altos bagulhos pra mim, falou que tava preocupada com a Bianca por ela ser muito dependente de mim, falou que tava tentando fazer o que podia pra ajudar ela, só que tava difícil. E eu entendi que eu tava atrapalhando a evolução da Bianca, pra ser sincero mermo!

Não sou bobo, pego os bagulhos na merma hora. E namoral mermo, eu sempre iria fazer o que fosse melhor pra Bianca, mermo que isso machucasse ela um pouco, eu sei que ela tá me agradecendo daqui uns meses.

Não pretendia ficar muito mais tempo sem ver ela, mas não sabia quando iria conseguir deixar ela pisar aqui. Não acho que isso seja lugar pra ela, e não quero de forma alguma submeter ela a isso. Eu amo aquela garota, e qualquer bagulho que eu tiver que fazer pra deixar ela forte pra caralho, eu vou fazer.

Mermo que isso me custe insônia pior do que eu sempre tive, que doa pra caralho viver longe dela. É como se tivessem tirado uma parte do meu corpo e deixassem só a ferida aqui machucando pra caralho.

O carcereiro veio me levar e eu peguei os bagulhos, ele me revistou e me levou pra onde eu deveria ir. Fui o caminho todo ansioso, mas quieto na minha enquanto só escutava o barulho dos carros, eu sentia falta disso, dessa adrenalina e de viver no mundão...

Pereira: Dez minutos com a Bianca.- Falou assim que eu dei de cara com ele.

Os cara me levaram pra uma sala, tiraram as algemas e eu passei a mão no rosto, entrei na outra sala e vi a Bianca parada de frente a porta, ela começou a chorar e abriu um sorriso ao mermo tempo, me fazendo abraçar ela. Mas eu não consegui, o maluco ficou no nosso meio e eu mal tive chance de apertar ela como eu queria. A barriga dela tava muito maior do que nas fotos, eu achei dahora aquele bagulho e soltei dela olhando pra barriga.

Bianca: Você ainda me ama, seu filho da puta? - Falou em meio ao choro, dando um soco no meu peito.

Playboy; Pra caralho, linda! - Segurei o rosto dela dando vários beijos e ela me abraçou de novo.

Bianca: O que tá acontecendo, me explica cara?! Pelo amor de deus, não faz isso comigo.- Falou me soltando, puxei ela e coloquei ela sentada na cadeira, agachando na frente dela.

Playboy: Me conta os bagulhos pô, como tá?! - Ela me encarou calada por alguns segundos.- E o nosso filho, tá pegando alguma garota?

Bianca sorriu e ao mesmo tempo começou a chorar, me abraçando, procurei a boca dela e ela me beijou na mesma hora, mesmo com toda saudades, o beijo foi sem presa e com calma, me fazendo sentir que tava tranquilo.

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