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Playboy.

Eu tava certo na minha decisão, ia doer pra caralho, podia ser a minha pior escolha, mas eu tinha que fazer esse bagulho por ela, eu queria que ela continuasse a vida dela e não parasse pra poder se dedicar aos meus bagulhos.

Eu nunca tinha duvidado do meu amor pela Bianca, no papo mais transparente do mundo! Era a única coisa que eu tinha certeza nessa vida, de como eu queria ver ela bem. Mas agora eu não tava 24h do lado dela pra garantir isso, e saber que ela precisava ficar sozinha e desenrolar isso, me deixava perdido.

Terminei de escrever a carta fechando ela na tranquilidade e fui deixar com o guarda, ele saiu assim que pegou o bagulho e eu me sentei no canto da cela. Tinha mais quatro caras aqui comigo e eles eram suave, a gente mal trocava qualquer ideia e ficava cada um no seu canto.

Fiquei olhando o tempo passar enquanto tava encostado no colchão que era só o pano em cima do chão. Olhei pro relógio vendo que cada segundo era lento, que parecia que não mudava nada, mesmo sentindo que eu tava vivendo uns vinte minutos por segundo.

Eu batia cabeça pensando aonde a Bianca tava, se ela tinha ficado no Jacarezinho, se ela tinha mandado o pé daqui, se ela já tinha visto se o malucao que tá na barriga dela é um moleque ou uma garota. Mas papo reto?! Eu nem precisava de nada, já sabia que era um moleque, e nada ia tirar isso da minha mente!

Vi os dias amanhecendo, e anoitecendo, vi maluco brigando no corredor, vi maluco querendo se matar na cela da frente. Em duas semanas eu já tinha visto coisa capaz de deixar qualquer um maluco da cabeça, mas eu tava sossegado, já tinha visto coisa muito pior pra tá me preocupando com essa parada.

A gente saiu da cela pro banho de sol, eu rodei os olhos por ali vendo uns cara jogando bola, os outros limpando o campo, uns cuidando de bagulho de planta e eu neguei com a cabeça me sentando na sombra e vendo os cara mexendo nos bagulhos.

Era engraçado até, papo reto. Maior cara de mau, os malucos do tamanho de um poste mexendo em planta no maior interesse.

— Carta pra tu.- Levantei o olhar vendo o guarda jogar em cima de mim e peguei na mesma hora.

Rasguei o papel da frente e vi uma foto cair na minha perna, soltei uma risadinha de lado vendo a foto da ultrassom e olhei pra carta.

"Prometo que vou continuar sempre sendo por você, não entendo e não concordo com sua decisão, mas irei respeitar. Vou lutar muito pra quando você voltar ser recebido com todo amor do mundo.
Da sua mulher, e do seu filho.
Amamos você."

Uma sensação de paz passou pelo meu corpo e eu dei outro sorriso olhando a foto da ultrassom de novo. Eu já sabia que era um menino, mas ter essa certeza só me deixou mais tranquilo, porque eu sabia que ela ia lutar pra caralho pra fazer tudo certo.

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