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Bianca.

Lucas passou os dedos pelo meu rosto enquanto me chupava e eu gozava firmemente na boca dele. Ele saiu de cima de mim soltando um ar pelo nariz e encontrou a minha boca, me beijando com calma e me fazendo sentir meu próprio gosto.

Lucas segurou meu pescoço e deslizou a boca pelo meu rosto, deitando do meu lado e soltando um ar cansado. Fiquei olhando pro teto até minha respiração se estabilizar e eu olhei de lado, vendo o Lucas observando o nada, toquei na mão dele e puxei até a minha barriga.

Ele não era muito de tocar, na verdade ele evitava até tocar na minha barriga. Eu não sabia o motivo, mas sabia que deveria ter algo por trás. Coloquei a mão dele em cima da minha barriga e ele puxou, retirando a mão na hora, ele me olhou e desviou o olhar se levantando.

Bianca: O que foi? - Ele deu os ombros.

Playboy: Nada pô, vou tomar banho.- Falou entrando no banheiro sem nem olhar pra trás.

Soltei o ar pela boca e coloquei o travesseiro no rosto, cobrindo meu corpo que estava sem nada. Senti meu corpo se arrepiar, uma sensação de vento gelado passando por aqui e me deixando arrepiada, me encolhi não cama tirando o travesseiro do rosto e olhei em volta, não tinha nada, e nem se quer a janela tava aberta.

Neguei com a cabeça me sentando na cama e coloquei o rosto em cima do joelho, escutando a água do chuveiro cair. Era estranho porque mesmo com o Lucas aqui, fazendo de tudo por mim, de certa forma eu só sentia solidão, como se só existisse eu aqui.

Era estranho, entende?! Escutar de uma pessoa que precisa de você pra conseguir viver, e se sentir culpada o suficiente pra nunca querer largar essa pessoa por isso. Eu amava o Lucas, amava de verdade, mas sabia que estava vivendo o nosso amor errado.

São tantos traumas, tantos pesadelos que ambos tem de enfrentar, que a relação fica tão conturbada, ao ponto de não poder ser explicada, muito menos entendida. E minha mente não parava, era de segundo a segundo preocupada com ele, porque eu entendia tudo que ele passou e porra, era como se eu tivesse que ajudar ele a superar isso.

Mas não havia como eu fazer ele superar os próprios pesadelos, quando ele insiste em fingir que não aconteceu, tentando fingir que não dói. Que cada cicatriz no corpo dele representa uma dor, tem o significado doloroso e triste, que tudo que ele é hoje, é por causa de tudo que aconteceu antes.

Limpei meu rosto saindo dos pensamentos quando ele saiu do banheiro, eu me levantei e entrei fechando a porta e trancando. Fui direto pra água e sentir aquela água caindo sobre o meu corpo, limpando minha alma como se fosse a coisa mais precisa do mundo naquele momento.

Passei um bom tempo ali relaxando, até saí enrolada na toalha. Vesti minha roupa de dormir e quando tava passando hidratante, o Lucas entrou no quarto com uma garrafa de água, e um chocolate em mãos, soltei um sorriso fraquíssimo e peguei ambos, me ajeitando na cama.

Playboy; Se acontecer algum bagulho comigo...- Começou a falar isso do nada, eu encarei ele e ele continuou.- Te quero bem longe daqui, como a gente sempre trocou ideia, jae?!

Bianca: Nada vai acontecer com você.- Falei desviando o olhar.

Playboy: Se acontecer... Tem dinheiro na conta, tu sabe onde eu guardo o dinheiro aqui também, então tu pega o primeiro voo e mete o pé daqui, se ligou?

Bianca: Por que isso agora, cara?! - Olhei pra ele de novo.

Playboy: Qual foi pô, so tô reforçando. Tô envolvido em duas paradas, qualquer momento pode acontecer algum bagulho, e eu quero tu longe disso.- Suspirei.

Bianca: Seria mó egoísmo tu me deixar sozinha.- Brinquei, vendo ele deitar a cabeça no meu ombro e soltar uma risada.

Playboy; Te amo, Bibi.- Falou baixo e eu beijei a cabeça dele.

Bianca: Te amo pra sempre.- Ele soltou um arzinho pelo nariz e fiquei comendo chocolate até enjoar.

Depois fui escovar os dentes e quando voltei ele tava de olho fechado, abracei o corpo dele trazendo ele pra perto de mim e hoje, eu que fiquei fazendo carinho nele enquanto acordava, sentindo mil coisas ao mesmo tempo.

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