14

19.2K 1.9K 518
                                    

Playboy.

Sai de casa passando a mão no cabelo e vi uma menina na casa da frente no portão, ela me olhou e eu desviei o olhar, colocando a chave na moto e virando pra fechar o portão. Quando bati de frente com ela de novo, ela continuava me olhando, fui subir na moto mas o portão abriu, Bianca me olhou mas no mesmo segundo, encarou a menina.

Era a primeira vez que eu tava vendo essa menina na minha vida e eu nem tinha prestado atenção direito, mas a Bianca encarou ela até eu escutar o portão dela fechando.

Playboy: Qual foi? - O olhar da Bianca parou em cima de mim e ela me olhou dos pés a cabeça.

Bianca: Eu acho ótimo você não pensar em me dar qualquer tipo de dor de cabeça, Playboy! - Eu balancei a cabeça negando.

Playboy: Tá viajando, neurótica? Nem olhei pra garota direito, depois de maior cota tu vai querer criar desconfiança logo agora? - Apontei.

Bianca: Sempre é bom.- Falou bolada.- Não demora muito pra voltar, vamos lá no outro morro, lembra?!

Playboy: Jae, dona.- Levantei a cabeça quando escutei o barulho de moto e vi o Cabeça entrando na rua, desviei o olhar pra Bianca e ela andou pra trás.

Bianca: Se cuida.- Falou fechando o portão e o Douglas parou do meu lado.

Cabeça: Tua mulher é cheia de caô comigo.- Foi o primeiro bagulho que ele falou e eu não respondi.- Fogueteiro quer que tu suba agora.

Playboy: Tava indo lá. Qual o b.o?

Douglas negou e eu acelerei a moto saindo dali, fui subindo com ele do lado até chegar na boca. Subi a escadaria até a laje e o Fogueteiro tava sentado fazendo fileira de cocaína, virei o rosto e soltei o ar, escutando ele me chamar. Ele sabia, e fazia de propósito pra caralho.

Fogueteiro: Cola aqui, Playboy.- Olhei pra ele, sentindo meu olhar cair na cocaína em cima da mesa.

Playboy: Tô te escutando, manda o papo.- Ele negou, mandando eu ir pra lá.

Cabeça deu um tapinha nas minhas costas e eu fui, cruzando os braços, Fogueteiro passou o nariz colocando o bagulho pra dentro e me olhou, dando uma risada.

Fogueteiro: Senta aí pô, tá maior cara de puto. Relaxa um pouco pô.- Eu arrastei uma cadeira e sentei, olhando pra ele.- E aí, arrumou o que no Jacarezinho?

Playboy: Levei um enquadro dos malucos lá.- Ele jogou um pino de coca na minha frente e eu encarei o bagulho.- Os cara perguntaram o que eu tava arrumando.

Fogueteiro: E deu em que? - Neguei.

Playboy: Em nada pô, falei que fui ver minha mãe e só subir pro baile pra mariolar tranquilo. Não deu em nada, eles só estranharam porque eu era fora da visão.

Cabeça: Te falei mano, tu passa batido fácil.- Bateu na minha cabeça.

Confirmei com a cabeça e fui me levantar, Fogueteiro me mandou sentar e montar a fileira pra ele, abri o bagulho bolado e ele ficou me observando. Até botei fé que ia resistir, mas foi só tocar naquele bagulho que o corpo ardeu, passei o nariz sentindo aquela sensação de ardência e esfreguei a mão no rosto.

E foi assim que começou o bagulho, uma, duas, três vezes... Quando eu vi, tava sem controle nenhum e sem nem saber o que eu tava fazendo, tava deixando qualquer bagulho me levar, enquanto sentia meu corpo frenético, só afim de mais e mais.

Réus. Onde histórias criam vida. Descubra agora