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Lucas.
anos atrás.

Anos se passaram depois da morte do meu pai, e eu não sabia se tava tudo indo bem, ou tava tudo pior... A minha mãe começou a namorar um cara novo e acabou me deixando na responsabilidade de cuidar da minha casa, mas eu ainda tinha 17 anos, o Douglas tinha 14 e não tava nem aí pra vida.

As vezes eu conseguia ganhar um dinheiro ajudando os pedreiros daqui, mas mal dava pra colocar comida em casa. Um mês que a minha mãe tinha deixado a gente por causa de homem e a gente tava quase morrendo de fome quando a tia da Bianca, que cuidou dela como filha, levou a gente pra morar com ela.

E aí que eu quis tentar arrumar dinheiro em dobro, porque eu queria me sentir responsável por algo, nunca quis ser igual meu pai, um zé ninguém viciado de merda...

Douglas: Para de fazer essas merdas mano, maior perda de tempo.- Soltou uma risada me encarando, enquanto eu tentava estudar.- Ta achando que vai virar playboy? Que isso ein..

Lucas: Vai se fuder cara, deveria tá dando ajuda a tia no lugar tá aí vivendo vidinha de moleque bancado.- Ele negou.

Douglas: Teu mal é achar que a gente vai conseguir algum bagulho na vida, esquece mano, esquece irmão! Se pá, a gente não deveria nem tá aqui no mundo, a gente nasceu de dois fudido e vai continuar sendo dois fudido, nada vai mudar.

Bianca: Lucas?! - Bateu na porta do quarto e colocou a cabeça pra dentro.- Tia quer sua ajuda.

Me levantei desviando o olhar do Douglas e passei por ela, Bianca beijou meu pescoço me fazendo soltar o ar e ela me abraçou de lado, me puxando pra fora dali.

Bianca: Tá tudo bem? - Falou e eu passei a mão no cabelo dela.

Confirmei com a cabeça e eu saí vendo a tia colocando as compras pra dentro, dei um selinho na Bianca e fui ajudar ela, mas minha mente não parava de pensar no papo do Douglas, vai ver ele sempre esteve certo mermo...

Playboy.
dias atuais.

Duas semanas que eu deixei minha coroa tranquilona não vida, nem mexi com ela. As noites tinham começado a ficarem chatas pra caralho e eu não tinha o que fazer, por um lado ficava felizao da Bianca tá terminando os estudos, mas por outro, tava boladao de ter que ficar nesse bagulho toda noite.

Hoje era sexta, ela chegou animada em casa como todos os dias desde que ela tinha começado a estudar, parecia maior criançona feliz, e eu ficava feliz igual vendo que os bagulhos tavam no agrado dela.

Playboy: Tá afim de ir pro baile? - Ela colocou a mochila no sofá.

Bianca: Uma hora pra eu descansar.- Falou me dando um selinho.- Se você fizer uma massagem.

Bianca sentou em cima de mim e eu abracei o corpo dela beijando o ombro da Bianca, ela amarrou o cabelo tirando a blusa e eu fiquei ali na marola com ela, até ela ir tomar banho e eu fui pro quarto ajeitar os bagulhos.

Bianca: Lucas.- Gritou, quase meia hora que tava no banheiro e eu entrei vendo ela me olhar.- O bebê chutou, ele chutou.

Playboy: Chutou nada.- Ela soltou uma risada olhando pra barriga.

Bianca: Eu juro, tava enxugando a barriga e ele chutou, amor.- Falou sorrindo igual boba.

Eu sei os ombros dando um sorriso de lado passando a mão na barriga dela, o bebê nem rendeu pra mim e ela negou saindo do banheiro com um sorriso no rosto. A barriga dela era pequena pra caralho, nem dava pra perceber direito, eu fiquei encarando ela se arrumar até ela me chamar pra ajeitar a blusa dela atrás.

Bianca nem tinha muita amiga, mal andava com os outros, eu tava ligado que era por minha causa, geral me tinha como maior filho da puta aí, eu achava mó engraçado. Qualquer pessoa que me via com a Bianca me olhava torto, vivia de boato por aí que eu maltratava ela. Ela achava graça, mas eu ficava bolado pra caralho com esses bagulhos.

Depois de ajudar ela eu fui tomar banho, ajeitei os bagulhos, coloquei a peça na cintura e ia colocar o cigarro no bico, mas levei maior tapão na mão da garota. Eu saí do morro e fui descendo pro jacarezinho, pra adiantar meu b.o.

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