Eliane Castilho nunca poderia imaginar que o irmão iria chegar na casa que agora era dela já entrando em seu quarto parecendo endemoniado!
Quando Roberto fizera algo assim tão grosseiro? Nunca a desrespeitara de maneira tão indelicada, pois ele sempre fora tão cuidadoso com ela, tão carinhoso e nunca fizera brincadeiras maldosas.
Felizmente, Eliane não havia tomado o calmante que passara a tomar desde a morte do padrasto, ou estaria dormindo e o susto seria maior.
O choque maior não foi por causa do som da porta sendo golpeada daquele jeito, mas por ver o irmão invadindo o quarto sem pedir permissão ou mesmo sem se preocupar com o bem-estar dela.
_Roberto, pelo amor de Deus, meu irmão! O que aconteceu?_ela perguntou já temendo o pior.
_O desgraçado está disposto a vender a empresa...vender!_urrou Roberto completamente alterado.
Ela ficou chocada com a notícia!
_Você disse que ele quer vender a empresa? É isso mesmo que eu escutei, Roberto?_ela conseguiu gaguejar._Como assim vender?
_Vender, Eliane, vender! _Roberto falou revoltado, quase perdendo o fôlego._O desgraçado do neto do Alceu quer vender a nossa empresa para o primeiro filho da puta que aparecer e depois ele vai pegar todo o dinheiro e vai enfiar no rabo, porque ele nunca soube o que é trabalhar de sol a sol para criar um patrimônio desses!
Eliane não viu a hora em que saltou da cama e avançou na mão do irmão que havia pegado uma bonequinha de louça que tinha sido um presente de Alceu pra ela.
_Você não vai quebrar as minhas coisas não, Roberto!_disse saltando e resgatando o presente._Eu te proíbo de vir descontar a sua raiva nas minhas coisas!
Roberto sentiu que precisava descarregar aquela tensão em algo e na falta da bonequinha que havia sido resgatada pela irmã e na proibição de que ele lançasse mão de outro presente de Alceu, ele deu murros na parede que sacudiram o quarto!
_Meu Deus!_berrou a moça em pânico._Vai quebrar a sua mão, Roberto! Pare com isso! Ficou louco?
_Eu mataria o Alceu, se ele já não estivesse morto!_disse Roberto travando os dentes de ódio._Que ele queime para sempre nos quintos dos infernos e que a alma dele nunca tenha um minuto de paz!
_Meu Deus!_Eliane exclamou horrorizada com a mão sobre o peito._Acalme-se, meu irmão! Por favor!
O irmão pareceu não escutar os apelos dela e continuou a blasfemar com o rosto desfigurado pelo ódio:
_Se aquele inútil aparecesse aqui na minha frente agora, eu iria apertar o pescoço daquele canalha e olharia bem nos olhos dele para ver bem de perto a morte dele chegando...me deleitaria com a agonia dele nas minhas mãos...
_Roberto, pare! Pelo amor de Deus!_gritou Eliane, como se acreditasse que Alceu pudesse ainda ser atingido fisicamente pelo irmão dela.
Eliane ouviu o urro que o irmão deu dentro do seu quarto acordando os empregados que ainda estavam na casa esperando encerrar o mês para provavelmente serem dispensados, já que ela informara que seria difícil mantê-los.
_Mas o que está acontecendo aqui, meu Deus?_uma das empregadas perguntou assustada entrando no quarto._A senhora está bem, dona Eliane?
_Saia daqui!_gritou Roberto._Vá dormir, velha enxerida!
Eliane conduziu a mulher porta afora temendo que o irmão pudesse se voltar contra ela.
A senhora achou melhor acreditar na patroa que dizia que tudo estava sob controle e agradeceu intimamente por se afastar de Roberto que estava visivelmente transtornado.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...