Eliane nunca havia se sentido tão bem ao lado de outra pessoa depois de estarem juntos há tão pouco tempo! Geralmente ela era bem discreta, reservada e demorava muito para confiar em alguém, mas com Davi, tudo estava sendo diferente!
Davi realmente parecia ser alguém muito especial! Era como um melhor amigo...um irmão querido...um parceiro para todas as horas!
_Você sempre gostou de cães, Davi?_ela quis se aprofundar no assunto para conhecê-lo melhor.
_Sempre!_sorriu, mas sem desviar os olhos da porta por onde esperava a qualquer momento o veterinário vir dar notícias._Minha mãe costumava brincar que achava que eu não fui trazido por uma cegonha, mas que eu havia saído do meio de alguma ninhada cheia de cachorrinhos! E eu ria feliz por me achar realmente pertencente a uma família de cães! Aí eu ficava de quatro, levantava a perna e simulava que fazia xixi nos móveis e depois lambia a perna da mamãe, mordia o vestido dela e puxava os cabelos dela com os dentes fazendo ela rir achando graça!
Eliane riu junto com ele e, a partir dali, os dois começaram a falar sobre cães e outros animais. Ela ficou encantada por saber que por amor aos animais, ele não conseguia comer carne.
_Sabe como é...prefiro eles vivos e bem!_ele explicou timidamente.
_Confesso que eu sempre admirei quem consegue parar de comer carne, Davi. Quem tem força pra sentir cheiro de churrasco, frango assado, uma linguiça frita, fatias de bacon no fogo...Eu não resisto!_ela confessou rindo nervosa._Só te falar fico com água na boca!
Davi sorriu:
_Quem te escuta falar assim, até acredita que você é uma comilona!
_Eu sou carnívora, isso sim. Adoro carne, confesso. Como todos os dias e tento me esquecer de onde elas vieram, claro!
Ele levantou ambas as mãos em sinal de paz:
_Calma, que não estou aqui pra julgar ninguém!
Continuaram a conversar, quando Eliane deu o primeiro fora:
_Garanto, porém, que amo os animais, Davi. Achei linda a sua atitude de salvar o cachorrinho...já pensou num nome pra ele?
_Se ele sobreviver, quero que ele se chame Vitório, já que conseguiu sobreviver àquele ataque brutal daqueles dois cães covardes.
_Vitório...gostei.
_Você tem cachorro, Eliane?
_Infelizmente não.
_Por quê? Não disse que gosta?
_Eu gosto, mas o Roberto não.
Eliane percebeu que dera o primeiro fora.
Davi ficou desconfiado:
_Achei que ele tinha pago o tratamento porque também gostava de cachorro.
Eliane preferiu não dizer nada e deu de ombros. Tentou mudar de assunto:
_Pelo que você me contou até agora, houve um tempo em que você e o seu avô se davam bem.
_Éramos os melhores amigos._lamentou Davi visivelmente triste.
_E por que brigaram?
Davi suspirou deprimido:
_O senhor Alceu não admitiu que o neto fosse gay, simples assim.
_Fico revoltada com tanto preconceito e discriminação contra os gays! Eu adoro homossexuais e sempre apoiei o meu irmão que também gosta de homens!
Mais uma vez Eliane percebeu que falara demais! Acreditou que talvez Roberto não quisesse que Davi soubesse que ele também era gay. Ela admitiu que devia ter avaliado que caberia a Roberto decidir se iria ou não contar aquilo a Davi.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...