Roberto ficou feliz quando viu que a irmã não viera sozinha. Eliane estava acompanhada por aquele moço bonito e que visivelmente parecia estar interessado por ela.
Ele apresentou-se como um amigo dos tempos de faculdade e dizia ter seu próprio negócio.
Eliane acreditou que conseguiria cuidar do irmão lhe dando toda a atenção, todo o amor e carinho e, quem sabe, até pudesse convencê-lo a voltar a morar com ela a fim de que pudesse cuidar de sua dieta.
Era difícil um homem que morava sozinho conseguir obedecer todas as regras que o médico passara, ela sabia. Seria necessário, realmente, ter alguém para lhe lembrar de comer nos horários certos e também cuidar para que ele não consumisse os terríveis industrializados cheios de sódio.
Após sair do hospital, Roberto olhava a cidade com outros olhos, imaginando o que seria da sua vida se Davi vendesse a empresa que tanto amava. Esperava, claro, poder permanecer na presidência o máximo possível e, com sorte, Eliane iria engravidar e aí sim ele teria um futuro mais garantido.
Chegar em frente à casa onde morou por tantos anos foi como retroceder na vida. Porém, ele não queria contrariar a irmã, pois talvez ela já estivesse grávida e ele sabia que por não ser mais tão jovem, todo o cuidado era pouco. Com jeitinho, faria com que ela entendesse que ele estava bem e que poderia voltar para o seu apartamento.
Pelo menos, Eliane e o amigo dela não o estavam tratando como os médicos e também algumas enfermeiras no hospital. Era notório que acreditavam que ele, com um provável diagnóstico de Esquizofrenia, os atacaria a qualquer momento, obedecendo as ordens de algum demônio que viesse lhe dar sugestões absurdas!
Eliane o acompanhara após o irmão receber alta, mas não ficava olhando pra ele desconfiada, muito menos Cácio e isso já aliviava um pouco. Entretanto, a preocupação exagerada dela era irritante.
_Como você está se sentindo?_a irmã perguntou tocando o seu ombro.
_Você perguntou isso dez vezes nos últimos dez minutos e a resposta é a mesma. Eu estou bem, não se preocupe.
Ela respirou fundo sabendo que ele estava certo. Precisava se controlar, mas a sua ansiedade em saber que um longo caminho deveria ser percorrido por Roberto até se estabilizar novamente, já a deixava apreensiva.
Haviam dado um jeito de falar que Davi não voltara a tocar no assunto de vender a empresa e também informaram que ele não estaria na casa.
Roberto não pediu explicações e ficou mais confortável por saber que não precisaria lidar com o homem que o fizera ter aquele mal-estar.
_E você? Como se sente, minha irmã?
_Eu? Eu estou bem, graças a Deus. Foi só um susto...já estou bem vendo que não passou disso.
Roberto riu:
_Seria irônico, logo agora que eu me livrei do peso morto do Alceu, morrer e dar de cara com ele no inferno.
Eliane não retrucou, defendendo o padrasto, o que provou para Roberto que agora deveriam medir as palavras perto dele, a fim de não contrariá-lo.
Cácio mantinha-se em silêncio ao volante, mas algo o incomodava, como se um sinal de perigo tivesse sido acionado...como se houvesse alguma coisa ruim prestes a acontecer.
Por experiência, sabia que era alguma ameaça no plano espiritual, só não conseguia ainda descobrir do que se tratava.
_Com o que você trabalha mesmo, Cácio?_Roberto puxou conversa.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...