Roberto Castilho mergulhou na banheira de água quente e suspirou cansado da longa jornada de trabalho na empresa de bebidas do padrasto.
Fechou os olhos e ficou quieto esperando que os sais de banho fizessem o seu papel e conseguissem fazer o seu corpo relaxar.
Roberto sabia que tudo o que possuía devia-se ao seu próprio esforço e não à generosidade de seu padrasto, Alceu Moura Álvares, de quem era o braço direito.
Ele chegara a chamar Alceu de pai, quando a mãe começou o romance e acreditou que o empresário não apenas se casaria com ela, como também assumiria os filhos de Natália e também lhes daria o seu sobrenome. Mas logo a mãe de Roberto percebeu que Alceu não daria o seu sobrenome a alguém que não tivesse o seu sangue.
_Natália, os seus filhos terão conforto, estudarão nas melhores escolas e terão a minha proteção._disse Alceu._Respeito os seus filhos e os trato como se fossem os meus filhos, Natália, porém, dar o meu sobrenome pra eles eu não farei, pois eles não têm o meu sangue.
A mãe ficou triste, pois o pai biológico de Roberto e Eliane não quisera assumir os filhos e ela registrara os dois apenas com o sobrenome dela, Castilho. Teria sido muito bom eles carregarem também o sobrenome do homem que ela amava. Acreditava que se os filhos fossem também Moura Álvares, isso lhes daria mais segurança, caso ela viesse a faltar algum dia.
Concordar com aquilo, de não terem o sobrenome de Alceu, não foi uma opção, Roberto sabia, pois a mãe não tinha pra onde ir.
Natália já era secretária de Alceu, quando ele ficou viúvo. O empresário esperou alguns meses após o luto e, finalmente, chamou a moça para morar com ele. Ela só impusera uma condição: que ele aceitasse que ela levasse os dois filhos e ele aceitou.
As crianças ainda eram pequenas e começaram a chamá-lo de papai, mas o empresário não gostou e tiveram que se adaptar em chamá-lo de Alceu.
Roberto jurou para si mesmo que faria de tudo para ser digno de ocupar a vice-presidência da empresa e um dia ter todos os direitos de um filho legítimo de Alceu, inclusive tendo direito à herança do empresário. Em sua cabeça, claro, a presidência obviamente seria sua algum dia. Pensando nisso, esforçou-se ao máximo já investindo naquilo que lhe pertenceria futuramente!
Os esforços de Roberto foram recompensados e ele foi nomeado vice-presidente, o braço direito de Alceu na Distribuidora de Bebidas Moura Álvares.
Eliane Castilho, irmã de Roberto, também havia estudado nas melhores escolas, mas ainda não decidira qual carreira iria seguir.
Enquanto Roberto, determinado e de gênio forte, já reconhecia em Alceu apenas um patrão, Eliane, sensível, insegura e carente, ainda sofria sentindo a falta de um tratamento mais próximo ao de filha. Para ela, não bastava receber presentes caros, poder escolher as melhores universidades, ou mesmo ter tudo o que uma garota rica pudesse ter. Ela queria mais carinho de Alceu, além do que ele já dava...ela queria que ele a deixasse chamá-lo de pai e que ela pudesse apresentá-lo como tal diante das amigas.
Roberto, ao contrário da irmã, não se preocupava com sentimentalismos e tinha certeza de que o padrasto reconhecia que fora mérito do enteado colocar aquela empresa a caminho de ser conhecida a nível mundial! Os lucros cresceram acima do esperado assim que Roberto conseguiu chamar a atenção do padrasto que viu que ele realmente seria um bom vice-presidente.
Aos poucos, era o enteado quem fechava os negócios...administrava os conflitos e deixava para Alceu apenas a última palavra, que era sempre o sim às decisões de Roberto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...