CAPÍTULO 21

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Eliane percebeu que Davi ficara tão abalado quanto ela depois do que acontecera na sala de Roberto.

Ela teve medo de que, assim que se recuperasse do susto, Roberto fosse na casa dela para tentar convencer Davi a assinar os documentos suspeitos. Sugeriu que dessem um passeio e ele concordou imediatamente.

Decidiram tomar um suco numa lanchonete e depois caminhar pela praça, onde crianças brincavam com seus cachorros sob a supervisão dos pais e das babás.

Davi logo fez amizade com os cães, com as crianças, com os pais das crianças, com as babás das crianças...ele era muito carismático, Eliane reconheceu.

_Vai ser muito bom quando pudermos vir aqui com o Vitório._disse Eliane sorrindo ao ver como Davi se dava bem com animais ali também.

_Não vejo a hora de fazermos isso!_concordou Davi.

_Você é ótimo com todo mundo!_riu Eliane depois que todas as crianças já chamavam Davi pelo nome e o envolviam em suas brincadeiras.

Ele ergueu os ombros timidamente:

_Só gosto de estar aberto a novas amizades. Amo animais, amo crianças, amo a natureza...este lugar é lindo!

Não haviam tocado até aquele momento no que havia ocorrido na empresa. Depois de pouco mais de uma hora apenas aproveitando a paz daquele lugar, decidiram sentar-se num banco mais afastado para conversarem melhor.

Eliane sentiu um peso enorme na consciência: ela deixaria  Davi ser enganado por Roberto?

A garota amava o irmão, mesmo que ultimamente ele estivesse agindo daquela forma tão condenável, mas tudo tinha um limite! Que documentos seriam aqueles? Boa coisa com certeza não eram!

Quanto mais pensava naquilo, mais tinha certeza de qual seria a pessoa certa a se procurar para ajudar Davi.

_Saindo daqui, eu quero que você vá a um lugar comigo._falou muito séria._Você me acompanharia, Davi?

Davi a olhou curioso:

_Claro que sim, Eliane! Aonde vamos?

_Procurar um bom advogado pra você.

Davi sentiu um alívio enorme ao ouvir aquilo. Não estava seguro diante de Roberto, mas temia revelar aquilo e magoar a amiga.

_Confesso  que preciso mesmo, porque quando o seu irmão me pediu pra assinar aqueles documentos, nem tentei ler o que estava escrito, Eliane. Não entendo nada dessas coisas.

Ela não se conteve:

_Não seja tão benevolente com o meu irmão! Ele não te pediu exatamente...ele te mandou assinar aqueles papéis, Davi e eu vou te pedir uma coisa...

Ela respirou fundo, tentando não revelar mais do que o estritamente necessário:

_Prometa pra mim que não irá assinar nada que o Roberto mandar,  sem a presença do seu  advogado!

Davi piscou diversas vezes e apenas assentiu, sem saber o que dizer. Era impressão, ou ela também parecia não confiar no irmão?

Eliane viu que ele ficara intrigado e decidiu completar:

_Só faça isso, está bem? Só pra dar tudo certinho...só isso.

_Ok...eu farei isso.

Davi achou que ela lhe daria mais informações, mas entendeu que ela  não queria falar mal do irmão.

Eliane resolveu mudar rápido de assunto:

_Meu Deus! E aquela cena bizarra lá na empresa? O que foi aquilo, Davi?

NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora