CAPÍTULO 41

158 32 17
                                    



Davi ficou feliz quando Vitório saiu de sua caixa, onde haviam feito uma caminha improvisada,  e veio abanando o rabinho para o lado dele. O cachorrinho parecia muito feliz em rever o seu salvador.

_Vem cá com o papai, meu querido._disse Davi pegando o animalzinho nos braços e lhe fazendo um  carinho._Que bom que não está mais com medo de mim, Vitório. Me desculpe, filho...não queria te assustar.

Houvera um momento, pouco antes da sessão espírita, em que ele fora tocar no cãozinho e este o havia repelido, saindo correndo e se escondendo debaixo da cama. Parecia que Vitório estava com medo dele e não o reconhecia.

Dona Mariana, que presenciara a cena, explicou:

_Os cães sentem  a presença de forças negativas, Davi. Certamente, o Vitório  está percebendo  a presença daqueles dois que devem estar te rondando agora. Nós já sabemos que eles têm uma carga negativa e isso, com certeza, assustou o pequeno.

Davi ficou surpreso ao saber aquilo. Já ouvira falar que os cães viam almas penadas, mas ter certeza disso o impressionou:

_A senhora quer dizer que o Vitório sabe que estou sendo obsediado, dona Mariana?

_Sim. Toda vez que ele te estranhar, como fez agora demonstrando medo, pode ter certeza de que ele está vendo algo incomum...mesmo que invisível aos olhos humanos.

No momento em que ele conseguiu ter Vitório em seus braços, Davi sentiu como se trouxesse para junto de si um anjinho da guarda:

_Hoje estou limpo e passei no seu teste, não é, bebê? Que bom. Queria que você tivesse o poder de também afastar aqueles dois coisas ruins.

Na verdade, Davi queria mais do que isso...ele queria retomar a sua antiga vida, agora que percebia o quanto a atual estava sendo conturbada. Fábio queria saber quando ele voltaria pra casa, pois queria que Davi  supervisionasse de perto as obras no abrigo para cães que ele e o veterinário estavam fazendo.

_Eu também queria estar aí, Fábio. Estou com saudades dos meninos, de você...estou com saudades da minha antiga vida._falou emocionado.

_Pra quem recebeu uma fortuna, você está muito pra baixo, Davi._Fábio comentou._Já sentiu na pele que dinheiro não traz felicidade?

_Pode ter certeza que sim, meu amigo._Davi lamentou._Na verdade, pelo contrário... Acho que se eu não me cuidar, será exatamente o dinheiro que irá levar a minha felicidade embora.

_Mas o que está acontecendo, amigo? Agora fiquei preocupado.

O que Davi deveria dizer? Deveria contar ao melhor amigo que precisaria se livrar dos dois encostos antes de se afastar de dona Mariana e de Cácio e poder voltar em segurança pra casa? Melhor não...Fábio não entenderia. Mais do que isso, talvez até viesse atrás dele para certificar-se que os enteados de Alceu não o estavam drogando a fim de lhe provocar alucinações.

_Você não sabe o trabalhão que dá administrar uma empresa, Fábio._mentiu._Quando eu chegar aí, eu te conto.

Despediram-se e o herdeiro de Alceu prometeu que tentaria agilizar tudo para poder juntar-se a Fábio em breve.

Davi queria ir embora, mas queria afastar-se unicamente de Roberto, reconhecia. O irmão de Elaine estava confundindo os sentimentos do neto de Alceu!

Seria bom ficar ali ao lado de dona Mariana, Eliane e Cácio, mas o que fazer se novamente se aproximasse de Roberto? Ele seria o vilão que Eliane achava, ou a vítima que Cácio acreditava? 

NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora