NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay

CAPÍTULO 46

Roberto acordou e percebeu que Eliane estava ao seu lado no hospital. Era a primeira vez que ele a via, depois do acontecido, mas ficara sabendo que a irmã o visitara quando ele ainda estava sedado.

Vários dias de internação já haviam  se passado e ele, finalmente, estava fora do CTI e num quarto comum.

_Se você aprontar outra dessas comigo, Roberto, juro que eu mesma te mato!_disse Eliane  com o semblante sério.

Ele sentiu que corava, pois não podia imaginar o que se passava na cabeça dela depois de ser informada que o irmão havia passado mal num motel vagabundo onde estava com o neto de Alceu. Ela sabia que ele era gay, mas certamente nunca imaginaria que um dia veria o irmão no meio de uma situação tão inusitada! No mínimo devia estar pensando que ele se entupira de Viagra!

Roberto ficou surpreso quando Eliane lhe deu um beijo carinhoso na testa e acariciou o seu rosto:

_Estou feliz por ver que você está melhor, graças a Deus!

Ele baixou os olhos envergonhado:

_Desculpe por te fazer passar por tudo isso novamente, Eliane. 

Em seguida, tentou aliviar a tensão:

_Mas...sabe como é...Se a gente quer ferrar com a própria vida...pra quê carregar  um histórico de princípio de infarto, quando se pode ter o pacote completo?

Ela não riu do comentário de mal gosto dele e Roberto ficou desconsertado. Pigarreou e tentou desviar o assunto:

_E você? Fale-me de você...como está?

Eliane levou um tempo para responder, talvez avaliando o que deveria responder, ele percebeu:

_Quer saber o quê? Se perdi o bebê? Graças a Deus, não! Pode relaxar que o seu plano deu certo e continua de pé. Você vai ter o quê quer, Roberto...isso se conseguir manter-se vivo até lá, claro.

Ele queria dizer que no estado em que se encontrava, certamente sua lista de prioridades havia tido uma pequena reforma, mas ela acrescentou:

_Nós dois agora seremos parceiros lá em casa. Dietas, repouso, consultas médicas...vou ficar de olho em você e, claro, sei que você vai ficar de olho em mim também, pois carrego o futuro herdeiro...

Foi a vez dele a interromper:

_E a Moura Álvares? Como está?

Ela respondeu contrariada, pois o médico não o liberaria tão cedo pra voltar ao trabalho:

_Vai bem, já que você soube como montar a sua equipe para se aguentarem sozinhos e os ventos estão a favor, até agora. 

_Eu queria ligar pra lá, mas o meu celular...

Ela o interrompeu:

_Pois é...celular está proibido, meu querido...ordens expressas minhas! Se você se comportar direito, te devolvo quando chegarmos  lá em casa.

Ela era esperta, pois ele realmente iria querer dirigir a empresa do leito do hospital.

_E Davi?_ele não resistiu ao perguntar.

_Está bem._ela foi sucinta.

Ele precisava saber mais, afinal, desde que tomara conhecimento do que havia acontecido, precisava esclarecer tudo aquilo...precisava urgentemente obter respostas para tudo o que havia descoberto antes de perder a consciência no motel. 

_Eu sei que você não vai acreditar, Eliane...vai pensar que eu estou ficando louco...mas eu juro pra você, minha irmã, que não era o Davi naquele quarto de motel!_falou ainda assustado.