Roberto não conseguia imaginar que algum dia pudesse enxergar os seus dois ex-amantes desencarnados como também vítimas daquela situação que eles mesmos haviam criado. Para ele, Adriano e Márcio pareciam ter se tornado os seus carrascos, pois estavam dispostos a infernizar a sua vida!
Não bastasse ter recebido aquela visita tão desagradável do empresário americano que queria comprar a Moura Álvares, agora ele não conseguia se livrar de flashes do relacionamento que ele e os dois irmãos haviam tido na adolescência. De uma coisa ele tinha certeza: obsessores, ou, como ouvira certa vez, encostos, era exatamente isso o que os dois irmãos desencarnados eram não apenas na vida de Davi, mas também na vida dele!
Por que Márcio e Adriano não podiam entender que ele era jovem na época em que ficavam, era faminto por sexo e que eles haviam tido grande parcela de culpa em tudo o que havia acontecido? Ele nunca os havia pegado à força, avaliava indignado. Eles eram fáceis demais e seria praticamente impossível alguém não ter cedido àquelas tentações! Podia-se dizer que haviam tido uma vida abundante e muito bem vivida e não era culpa dele se já tinham desencarnado!
O dia arrastou-se pesado, cheio de contratempos, cheio de contratempos e os problemas se digladiavam em sua mente fazendo com que ele ficasse cada vez mais irritado. Não precisava ser médico para saber que a sua pressão certamente estava nas alturas, o que o levou a tomar por conta própria mais um de seus medicamentos, antes de sair de casa, a fim de evitar o pior. A dose dobrada do medicamento, porém, só lhe provocou uma terrível dor de cabeça!
O empresário tentou sair de casa mais cedo naquela noite, mas parecia que o universo inteiro conspirava contra ele, imaginou!
Na correria, chutou a quina do sofá e quase morreu de dor, já começando a mancar ali mesmo.
O chuveiro queimou e ele teve que terminar o banho na água fria!
_Ah, seus filhos da puta, tenho certeza de que são vocês tentando me impedir de ir ao encontro de Davi, mas terão que fazer melhor, seus desgraçados! Não será um chuveiro queimado, ou mesmo um pé machucado que irá me impedir!_disse desistindo de calçar os sapatos e optando por calçar sandálias de couro mesmo.
Ele não sabia se era porque acabara de tomar banho gelado, mas precisou trocar de camisa e vestir uma mais quente, pois estava sentindo frio.
O portão da garagem do prédio emperrou e ele precisou pedir ajuda ao porteiro, que o olhou confuso, pois de um único toque no controle, conseguiu fazer o mecanismo funcionar.
_Olha aí, senhor Roberto. Não há nada de errado com o portão, viu?
_Obrigado, João._desculpou-se envergonhado._Acho que hoje estou meio de mãos dadas com o azar, só isso.
O empresário saiu percebendo que já estava atrasado e decidiu pegar um atalho, que mostrou-se ter sido a pior escolha, pois o trânsito estava congestionado.
O buzinaço dos outros motoristas, também nervosos, só aumentou ainda mais a dor de cabeça do empresário e também o nervosismo:
_Isso só pode ser obra daqueles dois capetas querendo me impedir de mandá-los de volta para o inferno, que é onde eles deveriam estar!
O empresário não percebia que aquelas palavras negativas só atraíam mais e mais coisas ruins para perto dele.
Roberto olhava em volta procurando como encontrar alguma brecha para passar para a outra pista e tentar fazer o retorno e buscar outro caminho, mas parecia impossível se livrar daquele engarrafamento.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...