Não dava pra saber quem estava mais ansioso por aquele encontro! Se Davi ou Roberto...Eliane ou Cácio. A irmã e o cunhado de Roberto estavam entusiasmados por estarem fazendo o papel de Cupido.
Davi achou melhor deixar Vitório em casa, pois o sol estava muito forte, deixando o asfalto muito quente para as patinhas do pequeno. Cácio estaria com eles e isso lhe deu mais segurança de sair sem o seu anjinho de quatro patas que sempre o alertava do perigo espiritual.
Enquanto Eliane e Cácio andavam de mãos dadas na frente, pelo calçadão lotado, Davi e Roberto vinham logo atrás. Os dois estavam meio nervosos por saberem que aquele deveria ser sim o primeiro encontro deles.
Falaram de banalidades inicialmente, sem conseguirem relaxar e colocar pra fora tudo o que haviam ensaiado.
Depois de algum tempo andando debaixo do sol escaldante e apesar de Eliane acreditar que estava bem hidratada, ela começou a sentir-se enjoada por causa do calor.
Cácio sugeriu chamarem um táxi para levá-la de volta pra casa, mas ela alegou que não suportaria andar de carro naquele estado e certamente vomitaria dentro do veículo.
_Acho que a minha pressão baixou e eu só preciso me deitar um pouco, gente!
_Mas pra irmos andando é muito longe._Cácio falou preocupado.
_Pois eu tenho a solução. O meu apartamento está logo ali, gente. Vamos pra lá, você se deita e relaxa um pouco até melhorar, Eliane._sugeriu Roberto.
_Nossa, eu estou estragando o encontro de vocês dois..._lamentou Eliane muito pálida.
_Não fale assim, minha linda! Não foi sua culpa. Realmente está muito quente hoje!_Davi falou sendo solidário com a amiga._Não faltarão oportunidades pra gente conversar depois.
Roberto ficou chateado por aquele incidente, mas também ficou decepcionado por imaginar que Davi se mostrava ansioso pra encerrar aquele encontro.
Era culpa dele, o empresário concluiu, pois não conseguia ter iniciativa para falar o que havia programado.
Andaram mais um pouco e chegaram ao apartamento de Roberto. Eliane foi deitar-se, acompanhada por Cácio sempre muito cuidadoso com a namorada.
_Espero que ela fique bem._disse Davi tentando quebrar o silêncio incômodo que de repente ficara entre os dois.
_Não se preocupe. Gravidez é assim mesmo._disse Roberto dirigindo-se ao barzinho que ficava no canto da sala._Bebe alguma coisa?
Davi teve um ímpeto incontrolável para que fosse ele mesmo se servir.
"Que oportunidade eu estou perdendo de falar com o Roberto! Talvez se tomar alguma coisa forte crie coragem", pensou Davi se apossando de uma garrafa e se servindo rapidamente.
Roberto observou a cena surpreso, imaginando o quanto Davi deveria estar nervoso para fazer aquilo, pois a bebida realmente era forte.
O dono do apartamento assustou-se quando viu Davi encher o copo mais uma vez e virar antes que ele falasse alguma coisa.
Enquanto isso, ao contrário de se soltar, Davi sentia que seus músculos começavam a se contrair contra a sua vontade e os dentes pareciam que estavam travando, provocando uma confusão de sentimentos em sua cabeça. Tarde demais percebeu o erro que cometera!
O médium percebeu que fizera burrada e que o controle não seria possível, agora que fizera a ingestão de álcool, desaconselhável para médiuns!
Foi instantâneo pensar naquilo e começar a recriminar-se ao perceber mais uma vez o vacilo que dera! Davi logo começou a se sentir perdendo o controle de sua consciência, perdendo o foco e, por isso, estendeu a mão em direção a Roberto que deduziu o que se passava ali.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...