CAPÍTULO 30

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Roberto sentia-se confuso com aquele novo visual de Davi...com aquela nova postura de Davi...com aquela forma quase de adoração com que ele o encarava a todo momento.

Afastou da cabeça qualquer tipo de comparação com o que ele havia imaginado ter visto na empresa em seu último encontro com o neto de Alceu.

Mentalmente, Roberto repetia para si mesmo que aquele ali não era nenhum dos seus dois antigos amantes.

"Adriano está morto! Márcio está morto! Tudo não passou de estresse, nada mais! Eu preciso apagar aqueles dois da minha mente de uma vez por todas", repetia pra si mesmo feito um mantra.

Sentaram-se frente a frente e, por um momento, pareceu que Davi tentava encontrar a melhor maneira de dizer o que queria.

Roberto acreditou que o antigo Davi viria à tona, diante do que pareceu uma certa insegurança, mas logo voltou a ser o homem misterioso que agora estava sentado a sua frente. Era impressionante como alguém havia mudado o comportamento radicalmente  daquele jeito, ele avaliou ainda confuso.

_Eu me sinto completamente culpado pelo que aconteceu com você, Roberto._começou Davi parecendo extremamente sincero._Eu espero que você me perdoe.

Roberto ficou sem ação, pois não esperava por aquilo...especialmente porque Davi o encarava de maneira intensa e sem nenhuma timidez.

_Não...não foi sua culpa, Davi. O médico já havia me alertado que eu estava muito estressado depois da morte do Alceu, que a minha pressão estava alta e aí..._ele deu de ombros._Deu no que deu. Não foi culpa de ninguém, somente minha. Eu não me cuidei direito.

Davi sorriu pra ele e alcançou o  joelho do outro, apertando devagar fazendo com que o corpo de Roberto reagisse àquele toque. Ele meio que se retraiu, talvez assustado com a sensação que aquele toque estava lhe causando...excitação!

_Você não precisa ser tão gentil comigo, pois eu reconheço  que tenho sido um idiota com você, Roberto.

Davi levantou-se e Roberto sentiu o corpo lamentar por aquele afastamento. Não entendeu o que estava acontecendo com ele.

_Eu quero que você aceite fazer um acordo comigo, Roberto...mais do que isso...quero que sejamos amigos!

O enteado de Alceu franziu as sobrancelhas, sem entender:

_Deixa eu ver se entendi...você disse que quer fazer um acordo comigo, Davi?

Davi voltou a sentar-se rapidamente, quase o deixando tonto com aquelas reações tão inesperadas.

_O meu avô certamente já não estava em seu juízo perfeito quando fez aquele testamento. Grande  vacilo do velho!

Roberto pode sentir algo acordando em seu peito e acreditou que fosse um fio de esperança.

_Como assim? Não estou entendendo, Davi...

Davi negou com a cabeça, enquanto mordia o lábio inferior, fazendo mais uma vez o corpo de Roberto se arrepiar todo. Seria bom morder aquela boca...só de pensar naquilo, ficou cheio de tesão!

_Eu confesso que não esperava receber nada do meu avô, afinal, estávamos brigados e afastados todos estes anos.

Davi respirou alto e empurrou os cabelos para trás, deixando bem exposto todo o seu rosto bonito,  fazendo o coração de Roberto saltar mais uma vez. Davi estava tentando seduzi-lo, ou ele estava ficando louco?

_É uma empresa de nível internacional...daqui a pouco, tenho certeza de que a Moura Álvares estará entre as primeiras do mundo!_Davi falou arregalando os olhos entusiasmado.

NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora