Roberto Castilho não havia conseguido dormir direito na noite após o incidente ocorrido em sua empresa, onde dona Maria havia afirmado ter visto os espíritos de Márcio e Adriano.
Aquela fora apenas a primeira noite que daria início ao seu inferno noturno, onde ele não conseguia acalmar a sua mente que estava a mil por hora!
Monstruoso aquilo, ele pensou entre um delírio e outro...ele estava ali, num luxuoso apartamento, no bairro mais caro da cidade...era lindo, sexy, cheiroso...e mais parecia um morador de rua drogado metido até o pescoço em pura merda!
Loucura aquilo...os pensamentos iam e vinham a toda velocidade e antes mesmo que um chegasse ao fim, o outro já começava a surgir, sem nunca chegarem à conclusão alguma...sem nunca terem um desfecho...num looping capaz de detonar o cérebro de qualquer pessoa no mundo!
Não era aquela ainda a intenção de Márcio e Adriano...não...eles não queriam que ele enlouquecesse assim já no início...Aliás, sem Roberto para atazanarem e tentarem sugar a sua energia sexual, o que lhes restaria a não ser vagar pelo limbo? O ir e vir ao umbral não era uma opção agradável também! Roberto era a ponte que eles tinham com o mundo carnal e não estavam dispostos a abrir mão dele!
Aquilo se repetiria por mais dois dias...mais duas noites...aquele conflito incessante, onde durante o dia ele mal conseguia se concentrar no trabalho e à noite ele repassava cada um dos encontros sexuais, cada uma das noites de orgia que tivera com os dois irmãos.
Roberto se estrebuchava entre os lençóis, numa mistura de luxúria, horror, saudades, asco...como se as mãos daqueles dois ainda estivessem em seu corpo...como se o sexo dele ainda estivesse grudado nos dois...aquele alternar entre as nádegas brancas de um e as nádegas morenas de outro...aquele cheiro inconfundível de cada um dos irmãos...o suor que se misturava ao gozo carnal...a porra dos três melando os corpos criando aquela simbiose perfeita...
As náuseas começavam quando tudo aquilo era substituído de repente pelo cheiro nauseante de flores velhas e murchas...cheiro de vela...cheiro de carne putrefata...cheiro de morte!
Roberto sabia que não precisava ser psicólogo para ter certeza de que tudo aquilo era fruto de sua imaginação ainda impressionada pelo que tinha acontecido com ele!
Passou numa farmácia...mediu a pressão...estava bem acima do normal!
_Aconselho que o senhor procure um médico urgente, senhor Roberto, pois a sua pressão está muito alta._disse a funcionária que havia aferido a sua pressão.
_Não precisa me dar este conselho, pois eu já procurei um médico._ele falou mal humorado.
_E acredito que ele deva ter passado algum remédio para o senhor._ela não esperou ele responder, pois temia que ele fosse embora ou infartasse na porta da farmácia._Não acha que deveria seguir as recomendações do seu médio e se medicar adequadamente, senhor Roberto?
Ele queria gritar que ela era tão idiota e lesada quanto o médico...queria gritar que ele não podia se dar ao luxo de dar um tempo pra ele mesmo...queria gritar que havia um cara idiota que recebera a sua empresa como herança e que agora pretendia vendê-la e deixá-lo sem emprego!
Saiu da farmácia com os medicamentos que o médico passara. Se em algum momento a coisa piorasse, tomaria aquelas drogas para ver o que acontecia, decidiu-se.
Diante do quadro inalterado de irritabilidade, resolveu experimentar os medicamentos prescritos pelo médico, pois todos na empresa estavam assustados com o seu grau de estresse berrando com todo mundo e chegando a ser grosseiro com os fornecedores.
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NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomansaIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Com a morte do padrasto, Roberto descobre que o velho Alceu deixou toda a fortuna para o neto Davi. Sentindo-se injustiçado, Roberto cria, com a ajuda da irmã Eliane, um plano para obrigar Davi a dividir a herança com eles...