CAPÍTULO 38

152 32 18
                                    



Roberto entrou na banheira cheia de água quente, recostou-se, fechou os olhos e tentou relaxar, mas viu que seria impossível.

Ele ainda não conseguia acreditar que Davi fizera aquilo...parecia um sonho absurdo.

O dono da Moura Álvares agira feito um moleque ousado se escondendo debaixo da mesa do presidente da empresa! Havia chupado ele, mesmo sabendo que a secretária estava presente e havia praticamente obrigado Roberto a transar com ele sobre os documentos da empresa sem mesmo se importar com aquilo! Depois saíra sem camisa assustando a secretária.

Teria sido sensual, se não tivesse sido completamente insano e irresponsável, reconheceu Roberto. Teria sido excitante...mas há vinte anos quando ele ainda era um adolescente, não agora que era um homem feito e cheio de responsabilidades sobre os ombros!

Roberto tentou frear os pensamentos, ou, pelo menos, alinhar para que pudesse analisar um a a um...mas eles se atropelavam um ao outro...deixando a sua cabeça cada vez mais confusa.

À tarde, ele havia sentido  um peso  no peito, uma certa aflição com toda aquela situação, estava difícil até de respirar e quando se deu conta, já estava no consultório do seu médico.

_Confesso que não esperava vê-lo tão cedo._disse o médico muito sério o examinando.

"Pode apostar que não é o lugar onde eu gostaria de estar neste momento", conseguiu se conter, pois o médico dissera para ele ficar calado.

O que vinha após um princípio de infarto? O infarto em si? Ele saíra do escritório pensando naquilo e temia que o médico o internasse novamente...confirmasse aquele diagnóstico...um de seus funcionários tivera um infarto e precisou fazer  três pontes safenas!

_Que parte do vá devagar o senhor não entendeu, senhor Castilho? Porque parece exausto, esgotado física e mentalmente como se tivesse participado de uma maratona!_o médico falou visivelmente irritado.

O médico  tinha lá os seus motivos para estar de mal humor...a sala de espera estava lotada, mas Roberto entrou como  prioridade, pois alegou a necessidade de um retorno de urgência supostamente por um serviço errado do médico. 

A quem ele queria enganar? O médico não fizera nada de errado...Ele estava fazendo tudo errado!

_Se quer mesmo se matar, não me comprometa, senhor Roberto!_o médico falou rispidamente._Pode se vestir agora.

Roberto queria acreditar que o profissional se preocupava realmente com ele, mas talvez fosse apenas o fato de estar correndo o risco de ter a ficha suja por um paciente inconsequente que resolvera trepar até quase perder os sentidos dias após receber alta do hospital.

_Tomou Viagra?

_Não...claro que não!

_Está seguindo a dieta que eu passei?

_Sim._mentiu, pois ainda estava mais preocupado com a Moura Álvares do que com o próprio coração...e ainda tinha Davi dando um nó na sua cabeça.

O médico não o encarou quando fez o relatório e estendeu pra ele:

_Foi um ataque de ansiedade.

Roberto queria dizer que iria se cuidar, que esperava daquela vez não retornar ali tão cedo, mas sabia que era mentira.

Davi parecia que não iria dar trégua e a sua masculinidade não estava disposta a deixar a desejar, claro.

Bom o médico ter alertado que ele não podia tomar Viagra, pois a ideia lhe passara pela cabeça, caso Davi voltasse a procurá-lo ainda naquele dia. Felizmente, ele não voltara a procurá-lo naquele dia.

NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora