Capítulo 6

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ALYSSA

Ao abrir a porta me deparo com um homem sentado em sua cadeira e uma mulher ajoelhada a sua frente. Só consigo ver o topo de sua cabeça subindo e descendo. Não são necessárias mais explicações do que isso.

O grande homem careca me segura pelo braço e Dante começa a chorar.

- Enlouqueceu, garota? – Me pergunta o careca.

- Amor, para. Tem um bebê aqui. – Diz o homem sentado na cadeira. Gentilmente ele puxa sua cabeça e a ajuda a se levantar. Ela olha para mim com seus grandes olhos verdes, sem entender nada do que está acontecendo e limpa o canto de sua boca.

- Desculpa Florian. Ela queria falar contigo, falei para ir embora, mas ela não escutou. – Ele começa a me arrastar para fora do local, mas começo a gritar e me debater.

- Por favor! Eu preciso de um trabalho, qualquer coisa. Por favor! – Sinto meus lábios secos e dormentes, meus pensamentos não estão mais em ordem. Gastei o resto de energia que eu tinha gritando. Sinto minha cabeça ficar tonta.

O homem se levanta, guarda seu pênis dentro da calça e contorna a mesa. Ele diz algumas palavras, mas não estou escutando mais. Sinto meus joelhos cederem, vejo o homem correndo para perto de mim e tirando Dante de meus braços. E tudo fica preto.

...

Acordo assustada com Dante chorando.

- Shushu. A mamãe está ali. Ela está bem. – Diz a moça que estava chupando o homem a minha frente. Tento me levantar, mas sou empurrada de volta para onde estou deitada.

- Ele está bem. – Me diz o homem que estava sendo chupado atrás da mesa. Meu Deus! Eu preciso descobrir o nome das pessoas.

Ao me ver acordar, Dante pede para ir para o chão. A moça, que não deve ter mais do que 28 anos, o coloca no chão e ele corre para mim, onde estou deitada em um sofá. Conforto Dante, o dando beijinhos em seu rosto e dizendo que estou bem.

- O que você quer e qual teu nome? – Me recordo vagamente de o careca o chamar de Florian antes de desmaiar. Ele me estende um pedaço de pão com queijo e sinto minha boca salivar. Cautelosamente tiro o pão de sua mão, como se fosse uma armadilha. – Me chamo Florian.

Não quero deixar meu passado definir quem eu sou, mas não posso confiar em qualquer pessoa que estende a mão para me ajudar porque muitas delas estenderam as mãos para me bater.

- Obrigada. Me chamo Kaia. – Agradeço e cheiro o pão antes de colocar um pedaço na boca. Eles riem de meu ato.

Pego outro pedaço e ofereço o resto a Dante que não o aceita.

- Dei frutas a ele enquanto estava apagada. – Disse a moça, cujo nome ainda me era desconhecido. – Me chamo Dorothy. Pode me chamar de Dodo.

- Dodo! – Dante repetiu e me fez rir.

- O que você está fazendo aqui? – Me questiona Florian mais uma vez.

- Eu realmente preciso de um emprego. Como dono da boate você poderia me oferecer algo aqui. Qualquer coisa... posso trabalhar no bar, dançando, limpando o vaso. Qualquer coisa. – Eles entendem as palavras que não falei ao repetir qualquer coisa. – Faz dois dias que não como para economizar comida para o Dante. Eu não tenho mais dinheiro o suficiente para sobreviver aqui e também não tenho visto. Eu preciso muito do dinheiro.

Olho de Dorothy para Florian. Dorothy tem lágrimas em seus olhos e posso ver que se dependesse dela, ela me entregaria o trabalho. Florian não parece tão comovido.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora