Capítulo 61

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Church

Marcamos de nos encontrarmos ao meio-dia no restaurante Le Deauville, na avenida Champs Elysées. Deixei claro que não almoçaríamos juntos, que eu estava indo com minha mulher e meu filho, e eu os levaria para almoçar depois de nossa conversa que não duraria muito – se Lucca cooperasse.

Ontem à noite, Anton me mandou uma mensagem dizendo que não aguentava mais ficar ocioso em seu pequeno apartamento e me informou que pegaria um avião para Paris durante a noite e me encontraria em Le Deauville as 11h30. Eu estava bem agradecido porque Florian aproveitou que estava em Paris para resolver alguns assuntos sobre nosso tráfico de armas e Daniel... bom... Daniel continua sendo Daniel.

Ai ver Anton, Alyssa o abraçou apertado. Apesar de não ser próxima dele, como é de Greg, eles se viam com frequência em nossa casa e acima de tudo, ela ficou muito preocupada, pois ele estava machucado.

Tento contestar contra Alyssa e Dante, que querem ir ao café Maison Ladurée, especializado em Macaroni, que é logo ao lado de Le Deauville. Já são 11h45 e vamos almoçar em pouco tempo.

— Isso não é hora de comer Macaroni, Alyssa. Você está dando um mal exemplo a Dante.

Ela me olha dos pés à cabeça, me dando uma atitude do caralho que faz querer dar umas boas cintadas em sua bunda novamente.

— Você quer que eu comece a te dizer a que horas você se alimenta também? — Diz ela levando as mãos ao seio e os apertando em um gesto rápido. Olho para meus homens a tempo de vê-los desviar os olhos rapidamente, mas Greg está rindo, pois ele acha engraçado que Alyssa tenha coragem o suficiente para falar comigo desse jeito; e acha ainda mais engraçado que sempre fico sem reação face a suas atitudes.

— Vai comer teu macaroni, mulher. — Digo. Ela sorri vitoriosa e anda em direção as grandes portas de vidro de Ladurée. — Fiquem atrás dela! Anton, você vem comigo.

Andamos os poucos metros que separavam o café do restaurante. Eu havia explicado a Anton tudo o que aconteceu desde que cheguei a Paris, quando ele me ligou ontem à noite.

— E como está Daniel com tudo isso? – Indaga, enquanto caminhamos lado a lado.

— Curiosamente, ele está levando isso numa... boa...

Anton me olha pelo canto dos olhos desconfiado. Seguro o punhal da porta e assim que entro no restaurante, meu corpo se choca contra uma menina que estava de saída.

A seguro pelos ombros, a amparando para que não perca seu equilíbrio. Primeiro, ela me olha surpresa, como se eu tivesse caído dos céus a sua frente. Ela analisa meu rosto, então seu olhar muda para malicioso. Posso ver que está tentando segurar uma risada, mas ela não tem muito sucesso e começa a rir. Claramente flertando comigo.

Ela é bonita, tem os cabelos castanhos claros, olhos azuis, não azuis claros, mas verdadeiramente azuis, parecem quase falsos. Seu rosto me é familiar, mas não poderia dizer se a conheço ou não. Tiro minhas mãos dela, pois ela se ela está flertando comigo, não quero dar motivos a Alyssa caso nos veja aqui.

Olho para o lado, para a entrada do café onde Alyssa está, mas ela continua ocupada no interior com seus macaronis.

— Me desculpe, alvo. – Ela diz isso rindo. Não entendo por que me chamou assim, antes que eu pudesse questioná-la, ela passa por mim e vai embora.

Faço um rápido vasculho mental, tentando me lembrar qual a possibilidade de conhecê-la, mas nada me vem à mente. Dispenso o assunto e olho ao redor a procura de Lucca Valentini. Em poucos segundos, um garçom se aproxima.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora