Capítulo 53

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ALYSSA

Church vai embora e só consigo pensar "o que foi que eu fiz?". Me deixei levar por meus desejos impulsivos por Daniel. Eu deveria saber melhor do que isso e não ficar em um cômodo sozinha com ele. Eu deveria saber melhor do que isso e tê-lo empurrado imediatamente quando ele começou a me tocar. Mas uma parte de mim sempre quis saber o que é estar com ele. E agora que eu sei, agora que perdi Nathaniel, sei também que não valeu a pena.

Eu não posso negar que amo Daniel, mas agora que nosso ato irreflexivo possa ter destruído tudo o que criei com Nate, vejo que meu amor era muito menor do que eu realmente sentia. Acho que tudo o que eu sentia por ele, era intensificado pela tensão sexual que batalhava entre nós dois.

Estou sentada no chão do quarto, desde que Nathaniel saiu há 35 minutos. Só me levantei para abrir a porta para o entregador da farmácia. Meu peito dói com a ideia de perdê-lo e dói mais ainda por saber que ele está magoado e ferido por causa de meus atos. Sua expressão de dor e desgosto, ele mal conseguia olhar em meus olhos. E quando ele me empurrou para longe dele, aquilo quebrou meu coração. Eu o deixei descontar sua dor em mim, mas acho que aquilo não foi o suficiente.

Uma hora depois, Dante começa a se despertar com o barulho do meu choro. Ele se senta, coça os olhos e olha ao redor. Seu olhar avalia minha pessoa sentada no chão e chorando. Seco rapidamente as lágrimas e abro um sorriso. Estendo os braços, para que ele venha até mim. Ele desce da cama e vem ao meu encontro.

Ficamos no quarto durante uma hora, mas Dante começa a ficar ocioso e quer descer para ir brincar na varanda. A verdade, é que estou tentando distrai-lo no quarto, pois não tenho coragem de descer e encarar a casa inteira. Não depois do que fiz. Meu Deus! Nate nunca vai me perdoar. Eu preciso sair daqui.

Penso no chalé, mas o chalé não existe mais. Penso em Dorothy, mas ela não está em casa. Penso na minha casa, mas também não é minha. Eu não tenho nada. Tudo o que eu tenho está com Nathaniel e tenho certeza de que ele já deve ter queimado todas as minhas roupas e meus itens pessoais.

Estou me sentindo perdida. Mais do que de costume. Eu não tenho um lugar para mim. Eu não pertenço aos Castillo, eu não pertenço aos Ortega e claramente, depois do que eu fiz, tampouco pertenço aos Schneider. Lágrimas brotam em meus olhos novamente, Dante começa a chorar pedindo para sair do quarto.

Deus! Por favor. Eu choro.

Encho minha bolsa com algumas roupas. Eu não tenho dinheiro o suficiente, mas posso ficar um ou dois dias em um hotel, junto com Dante, esperando que Dorothy volte para casa. Ou talvez ligar para Rebecca e pedir para ficar em sua casa. Droga! Estou sem celular e perdi seu número.

Abro a porta e Dante vem andando contente atrás de mim, inocente, sem entender o que está acontecendo. Ele tem estado estressado e manhoso, pois tem sentido que nós estamos estressados também. Mas ele continua sendo uma criança e não entende exatamente o que está acontecendo ao seu redor.

Crianças são esponjas e absorvem tudo em seu ambiente, mas isso não deixa de tirar sua inocência e por um minuto queria poder desfrutar dessa inocência também.

Desço as escadas segurando as mãos de Dante. Daniel não está em lugar algum, posso ver Brenda fumando no balcão. Ela olha para mim e desvia o olhar. Seu olhar está repleto de culpa, tristeza e raiva. Ela sabe o que aconteceu entre Daniel e eu.

Ando até a porta e vejo um dos seguranças parado ao lado. Por um minuto acho que ele vai me parar, mas ele faz um aceno rápido de cabeça, erguendo as sobrancelhas, e não me impede de sair em momento algum. Claramente as ordens de me proteger foram suspensas.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora