Capítulo 64

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Church

Já faz 28 horas que Alyssa e Dante estão nas mãos de Augusto e a cada minuto minha cabeça fica mais confusa e o desespero toma conta de mim.

Sei que Dante não sofre perigo algum, mas não posso dizer o mesmo sobre Alyssa. Augusto provavelmente esteve nos observando de longe, então ele sabe que Alyssa e eu estamos juntos. Se ele é tão possessivo e paranoico como Alyssa deixou entender, ele não vai aceitar que ela esteja com outro homem ainda estando casada com ele. Ele vai fazê-la sofrer. Se ele tiver um pouco de piedade, talvez a mate diretamente.

Porra! O que ela está fazendo? Por que ela ainda não enfiou aquela merda daquele rastreador dentro da boca? Sempre que penso que Alyssa possa estar morta a essa hora, meu coração bate eufórico no peito e sinto uma bola do tamanho de um punho inchar em minha garganta.

Apoio os cotovelos no joelho e descanso a cabeça nas palmas das mãos abertas.

— Que porra ela está esperando? — Murmuro para mim mesmo.

Escuto Daniel respirar fundo ao meu lado.

— Ela deve ter esquecido, Nate. Você mesmo esqueceu... Ela vai ficar bem. — Me conforta Daniel, mas suas palavras saem vazias, ele não soa tão confiante quanto pretendia. — Ela tem que ficar bem. — Ele murmura mais para si mesmo.

Estamos sentados na sala do hotel, com pelo menos 20 dos meus homens ao nosso redor. Essa manhã, outros deles chegaram, junto com a equipe I.T que tem tentado sem cessar, ativar o rastreador de Alyssa de outra maneira que com calor.

Poucos minutos depois que Alyssa havia sido sequestrada, a primeira coisa que fiz foi ligar para a equipe informática e pedir que rastreassem seu celular e o rastreador em seu colar. Como eu duvidava, o rastreador ainda não havia sido ativado. Seu celular foi encontrado quebrado em uma rua perto do Arco do Triunfo.

Eles não são idiotas, eles não levariam seu celular para onde quer que eles a estivessem levando. Não voltamos para casa, pois existe a possibilidade de que Alyssa ainda esteja perto de Paris.

As notícias sobre o sequestro relâmpago de uma mulher e uma criança já estão em todos os jornais e em todas as mídias sociais. A polícia tem tentado descobrir quem eram, mas sem sucesso algum, afinal, estou tentando encobertar tudo.

— Nate, eu preciso voltar pra minha mulher. Não posso deixá-los sozinho em Provence sem segurança, sem mim. — Me diz Florian, como se a presença dele em nossa cidade natal fosse parar algum atentado contra sua família.

Minha cabeça não está clara, meus pensamentos estão confusos. Repasso o momento em que vi Alyssa ser jogada para dentro da van em um loop infinito. Me sinto incompetente e me amaldiçoo por não ter agido rápido o suficiente e matado o homem que colocou as mãos nela. Me sinto de mãos atadas.

Ela estava ali, tão perto, mas ao mesmo tempo não estava. Estava tão longe e fora do meu alcance.

Levanto os olhos e encaro Florian com a cara fechada. Se Daniel e eu temos um alvo em nossa testa, nossos homens são os próximos na fila. Seria sábio de sua parte se afastar de nós, mas Florian não é somente um dos chefes das famílias mais influentes e importantes de Provence, ele é meu melhor amigo. Eu preciso dele aqui comigo.

Respiro fundo.

— Vai. Vai para casa nos Alpes e fica por lá. Tira Dorothy e as crianças da cidade. — Ele me encara durante alguns segundos.

— Vocês vão achá-la, Nate. — Daniel respira fundo ao meu lado, sabendo que a probabilidade de acharmos Alyssa viva é mínima.

No nosso mundo, quando pessoas são sequestradas, elas raramente são encontradas com vidas. Isso quando são encontradas.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora