Capítulo 60

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Church

Eu senti falta da minha mulher. Senti falta do seu cheiro, dos seus lábios colados aos meus, do seu corpo se apertando ao meu redor, de suas mãos me tocando, de sua obstinação, de sua voz, de suas ordens. Eu senti falta de tudo sobre ela.

Deito-me no sofá e a puxo para que se deite em meu peito.

— Você deveria colocar as pernas para cima, para aumentar as chances de fecundar um óvulo.

Ela ri e passa uma perna por cima da minha, abraçando minha cintura.

— Cariño, acredite! Não precisei levantar as pernas para engravidar a primeira vez. Para falar a verdade, estou surpresa que ainda não tenha engravidado de você, pois sou super fértil.

— Como todas as latinas? — Digo a puxando mais para perto e beijando seus cabelos.

Ficamos deitados, em um silêncio embalador durante alguns minutos, deixando o tempo e o silêncio trabalharem por nós.

O aperto de Alyssa ao meu redor começa a ficar frouxo e sei que está dormindo pesadamente. Desde os acontecimentos passados, tenho certeza de que Alyssa tem dormido ainda menos do que eu. Ela parecia cansada e com olheiras.

Sei que estar envolvida em meus braços, a deixa confortável o suficiente, para que ela possa pegar no sono rapidamente.

Continuo acordado por algum tempo, sentindo seu corpo quente e nu contra o meu, deixando seus feromônios trabalharem em mim, regulando meus batimentos cardíacos e fazendo meu organismo entrar em ordem novamente. Posso sentir meus músculos mais relaxados e minha cabeça menos bagunçada.

Sinto meu sono fazendo a transição para o estado do sono mais pesado. Estou meio acordado e meio dormindo quando escuto um barulho de gritaria do lado de fora, me deixando em alerta novamente. Meu coração se acelera e meus olhos se abrem instantaneamente.

Carinhosamente, empurro Alyssa para o lado, criando espaço para que eu possa passar. Ela resmunga, mas não acorda. Enfio minha cueca e minha calça, e ando até a porta do nosso quarto.

— Eu não vou embora até eu vê-la! — Escuto a voz de Daniel.

Por um minuto, fico mais calmo, sabendo que não é Augusto, mas saber que Daniel está vindo a procura de Alyssa, também não me deixa totalmente em paz.

— Ela está bem, Daniel. — Escuto a voz de Greg responder meu irmão, serenamente.

— Sai da frente da porra da porta, Greg!

Antes que eu possa tocar na maçaneta, escuto uma comoção do lado de fora e a porta se abre subitamente quando Daniel se força para dentro do pequeno corredor de entrada.

Ele me encara, analisando minha expressão.

— O que você fez com ela? — Daniel me questiona.

— O que te faz pensar que fiz algo com ela?

— Ela não está me respondendo, Nathaniel. Ela visualizou as mensagens e não está me respondendo. Cadê ela?

Saber que ele está preocupado com ela, ao ponto de me questionar desse jeito, me irrita, pois sei que ainda está apaixonado por ela. Sei que ninguém desapaixona em míseros dias, mas me irrita mesmo assim, pois tenho o leve pressentir que isso ainda não acabou.

— Ela está bem, Daniel.

— Então, deixe-me vê-la.

— Eu a amo, como você pode pensar que eu a machucaria?

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora