Capítulo 29

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CHURCH

Ao chegar no carro, Kaia está no banco do motorista. Vou para seu lado da porta e a abro.

- O que você acha que está fazendo? - A questiono. De jeito nenhum que vou deixá-la conduzir minha Bentley Bacalar.

- Vou dirigindo. - Ela abre um sorrisão e quase revejo meus conceitos e a deixo dirigir. É difícil de dizer não para Kaia, assim como para Dante.

- Sabe quanto custa esse carro?

- Tenho certeza de que você pode comprar outro... não que eu vá causar um acidente. - Ela ri e passa as mãos ao redor do volante. Ela dá dois tapinhas no assento do passageiro. - Anda logo.

Olho para meus seguranças ao redor do carro, porque sim, quando saio com esse carro, eu deixo seguranças o guardando.

- Ela disse que você a deixou dirigir e mostrou a chave. - Disse Mike, um dos seguranças.

Olho para Kaia novamente e semicerro os olhos em sua direção. Ela sorri com o rosto inteiro, seus olhos quase se fecham. Muito difícil dizer não.

- Kaia. Só existem 12 carros desse no mundo inteiro e um deles é meu. A gente vai em casa trocar de carro para buscar Dante e depois te deixo dirigir, o que pensa?

Ela balança a cabeça de um lado para o outro, dizendo que não. Parece que não está mais tão irritada comigo. Kaia não parece o tipo de pessoa que guarda mágoa dos outros por muito tempo e por algum motivo, parece já ter esquecido as coisas que falei com Daniel.

- Não preciso buscar Dante.

Respiro fundo e contra minha vontade, contorno o carro para o lado do passageiro. Não quero contrariá-la e fazer com que me deteste de novo. Kaia coloca o GPS em seu celular e o endereço é direto para nossa casa. Ou minha casa e seu chalé.

- Por que não precisamos buscar o Dante? - Eu tenho usado a quarta pessoa do plural mais do que o normal ultimamente.

- Hoje é aniversario de Ambre. Dodo me pediu para deixá-lo com as crianças o dia inteiro, a babá vai estar lá com ela e só preciso ir à tarde para a festa. Você vem?

Todo ano arrumo uma desculpa para não ir, mas hoje tenho duas boas razões para comparecer à festa de Ambre. Ao chegarmos em nossa rua, eu explico a Kaia como contornar o outro lado da casa e estacionar o carro na garagem. 

Ela arregala os outros ao ver os seguranças em frente à casa. Desde que Kaia chegou, peço a eles que não fiquem dentro de casa ou no jardim que dá acesso ao chalé, para não assustar Dante, mas contornando a casa por esse lado e passando pela garagem, é impossível evitá-los. 

- Tudo sobre você diz que você é mafioso. - Ela diz sarcasticamente, mas posso ver que está usando o sarcasmo para esconder a tristeza e me pergunto o porquê. - Não sei como não reparei antes.

Daniel não estava em minha casa, provavelmente foi para seu apartamento e iria me evitar o resto da semana. Não falei com ele desde ontem e para falar a verdade, estou melhor assim, porque sei que vamos discutir.

Como Kaia tinha a chave do carro, é ela quem abre a porta e por um minuto me pergunto se essa é a casa dela e eu estou aqui de visita. Fico parado meio segundo na porta, olhando para ela entrar dentro da minha casa, como se fosse a casa dela e gosto do que vejo.

Kaia anda até a cozinha prendendo os cabelos em um coque bagunçado. Ela olha ao redor, pega uma caneta que está no balcão da cozinha e a usa para manter os cabelos no lugar. Ela bate palma duas vezes e diz "chip chop" entrando na dispensa.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora