CHURCH
Não consigo controlar minha raiva. Pego o notebook e bato com ele repetidas vezes em cima da mesa. Me apaixonei por uma mulher que está trabalhando para meu tio. Eu me deixei influenciar por meus sentimentos e acreditei que ela não fosse perigosa e que não quisesse destruir tudo o que minha família lutou para construir. Eu realmente pensei que o que quer que ela estivesse escondendo fosse inofensivo. Mas agora não tenho dúvidas alguma, tenho certeza de que Kaia está tentando tomar meu império.
- Sai daqui. Os dois. – Digo sem olhar para ambos.
- Não vou deixá-lo sozinho com ela. – Me diz Daniel.
Me aproximo dele com raiva e o seguro pelo colarinho de sua camisa.
- Ela é uma puta traidora e você quer defendê-la? – Grito para ele.
- Pelo menos dê a ela o benefício da dúvida, porra! Você não pode simplesmente matá-la, pensa em Dante.
O empurro para trás, Daniel cambaleia e bate em meu armário de bebidas atrás dele.
- Vai buscá-la. Agora.
Ambos saem da minha presença. Daniel está contrariado. Vou até a porta e peço a um dos seguranças para que fique de olho em Daniel e traga Kaia imediatamente para mim. Porra! Alyssa. Nunca vou conseguir enfiar isso na cabeça.
Fecho a porta com raiva, tiro a arma do cinto, me sento em minha mesa e fico esperando por Kaia. Alguns minutos depois, ela abre a porta, com aquela porra daquele sorriso lindo no rosto.
- Oi! Quer uma rapid- Ela para de falar ao ver a arma em minha mão. Faço um gesto de cabeça e Anton, que estava atrás de Kaia, a empurra para dentro. – O que está acontecendo aqui?
- Já te contei a história da minha família, Kaia?
- Sobre tua irmã, sim. – Ela olha de Anton para mim. – O que está acontecendo?
A porta se abre e Daniel entra seguido de Florian e Dorothy. Florian está segurando sua mulher pelo braço, ela está chorando.
- Meu pai tinha um irmão mais velho do que ele. Ele foi exilado da França, tendo que retornar a nosso país de origem, de onde veio meu bisavô, antes de criar nossa organização. – Começo a desmontar a arma e a limpá-la. Kaia engole a seco. – Antes de meus pais se casarem, minha mãe tinha sido dada em casamento a meu tio, mas ela acabou se apaixonando por meu pai e se casando com ele.
"Meu tio nunca aceitou a rejeição da minha mãe. Então, alguns dias antes de meus pais se casarem, meu tio violentou minha mãe, porque ele pensou que meu pai não fosse mais querer ficar com ela, se ela não fosse mais virgem. É por isso Kaia, que não tolero violência sexual. Que seja contra mulheres ou homens.
"Mas meu pai não queria matar o único irmão que ele tinha, então depois de dar uma boa surra em meu tio, ele o exilou, de volta para as terras de onde viemos. Para a Alemanha. Isso te diz alguma coisa? – Ela nega com a cabeça. Monto a arma novamente – Meu tio desapareceu alguns anos depois de ter sido exilado, não sabíamos onde ele estava, mas acho que acabei de encontrá-lo. Ele atendia por Valentin Schneider. Isso te diz alguma coisa?"
Ela não responde. Acho que ela acabou de ligar os pontos. Mas então ela balança a cabeça dizendo que não.
- Mentirosa, desgraçada do cacete. – Digo em Alemão. Destravo a arma e a aponto em sua testa. Kaia começa a chorar.
- Por favor! Me deixe explicar! – Bato com o cano da arma em sua testa uma vez.
Apesar de não concordar com seus modos, eu entendo por que meu pai não matou meu tio. Ele sempre falava que família era importante e que sangue do seu sangue, sempre merecia o benefício da dúvida. Por isso ele o deixou vivo, para que ele pudesse viver com o que ele havia feito e refletir sobre os seus atos, para que ele pudesse ter a chance de se arrepender e fazer diferente.
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Porto seguro (Dinastia Schneider)
RomancePorto Seguro, primeiro livro da trilogia Dinastia Schneider. Alyssa e seu filho fogem de seu país natal para a França, com a intenção de se esconderem de sua família mafiosa e seu marido abusivo. Sem visto, Alyssa aceita o trabalho de stripper em u...