Capítulo 19

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ALYSSA

- Por que estamos voltando? – Indago, sem compreender por que Church deu meia volta.

Preciso dizer, fiquei assustada quando ele me segurou daquele jeito, por um minuto achei que ele tivesse descoberto de onde venho e fosse me matar por mentir e colocar os negócios dele em risco. Mas quando ouvi sua voz dizer para que eu parasse de revirar meus olhos para ele, o medo passou e foi substituído por excitação.

Sua voz estava cheia de luxuria. Quando terminou de falar, ficou olhando para meus lábios, esperando por uma resposta que não veio, porque fiquei tão em choque por saber que Church me desejava, quanto ao pensar que ele queria me matar.

- Vamos buscar Dante e deixá-lo com os Vidal. – Me responde ele entrando em nossa rua.

- Não! – Digo seriamente. Church olha para mim pelo canto do olho, não parece gostar do meu tom, mas se está decidindo coisas por MEU filho, então posso falar do jeito que eu acho melhor. – Eu disse que não, Church. Não quero deixá-lo lá.

Ele dá uma risadinha.

- Não somos mafiosos, Kaia. Não é porque tenho um clube de strippers que vendo drogas e sou mafioso. – Ele parece honesto, mas não confio em ninguém. De onde venho, fui ensinada desde cedo a nunca baixar as guardas. – Relaxa.

Ele coloca uma mão em minha coxa, um gesto que deveria ser reconfortante, mas faz meu interior se contrair de desejo.

Church estaciona de frente para o chalé, Dante e Melanie – a babá – estão no jardim. Ele não está mais chorando, mas ainda suspira profundamente por ter chorado muito.

- Ele está calmo. É melhor saímos de fininho e irmos embora. Prefiro que ele fique aqui já que está bem com isso. Pelo menos por agora... Quero conversar com Dodo antes de levá-lo para lá novamente, ainda não tive a oportunidade de falar com ela...

- Posso ficar com ele no clube. – Por mais que a oferta fosse fofa e tentadora, fora de cogitação que eu deixaria meu filho estar naquele local comigo dançando seminua na sala ao lado.

- Não é lugar para criança. Obrigada pela proposta, mas é não. – Sorrio tentando ganhá-lo com meu sorriso e parece funcionar.

Church olha para meus lábios, respira fundo, engata a ré e saímos em direção ao clube mais uma vez.

Os primeiros dez minutos ficamos em silêncio enquanto eu observava Church. Não era um silêncio desagradável, por incrível que pareça, apesar de Church parecer um assassino de primeira classe, me sinto confortável perto dele. Ele olha para mim pelo canto dos olhos e sorri.

- Por que está me olhando assim? – Indaga.

- Escutei muitas coisas sobre você, mas nenhuma delas parecem ser verdade, ao ver as coisas que está fazendo por mim e o modo como trata Dante.

O sorriso desaparece totalmente de seu rosto. Sua expressão é neutra, mas seu cenho está franzido. Pareço tê-lo lembrado de algo. Ele fica quieto novamente, pensativo.

- O que falaram sobre mim? Quero nomes para saber quem matar. – Seu rosto ainda era neutro, mas seu tom era brincalhão.

- Não sou X9. Mas falaram muitas coisas, por exemplo, que você castrou um pedofilo e enfiou o pinto dele dentro de sua boca, antes de matá-lo. – Church ri, mas seus olhos parecem tristes. – Isso é verdade?

Ele balança a cabeça negando, mas não diz mais nada.

Ficamos em silêncio por outros dez minutos. Faltava pouco tempo para chegarmos no clube. Só então me dou conta de que Daniel não veio com ele hoje, talvez venha com seu próprio carro mais tarde, mas fiquei curiosa.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora