Capítulo 49

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ALYSSA

Acho que nunca estive em tanto pânico em toda minha vida. De todas as vezes em que Augusto me bateu e achei que ele fosse me matar, nada me deixou em tanto pânico do que pensar que eu poderia ter perdido Nathaniel.

Não pensei direito, quando corri para fora do escritório de Nate com Dante em meus braços, eu só sei que precisava voltar para casa e fazer um acordo com Augusto pela vida de Church. Claramente, os soldados foram bem mais rápidos do que eu e me prenderam dentro do escritório. Tive que gritar muito e usar muita persuasão, para que eles aceitassem me levar de volta para nossa casa.

Greg decidiu que não queria que Dante e eu fossemos no mesmo carro, caso algo acontecesse, ele podia conduzir Dante às pressas para fora do local, então ele nos seguiu de longe, em um terceiro carro.

Estávamos entrando em nossa rua, quando uma explosão toma conta do jardim que sei pertencer a minha casa. A explosão foi tão forte que fez balançar os vidros do carro. Sou tomada por um ataque de pânico ao lado de Vincent que tenta me acalmar – sem sucesso – com suas palavras. Olho para trás e vejo que Greg estacionou o carro na esquina.

Eu só consigo chorar e a gritar, pois se Nate estava perto daquela explosão, ele está morto.

Por um minuto tive medo de que tivesse feito a escolha errada ao nos trazer aqui e nos submeter, meu filho e eu, a isso. Mas eu não queria ficar longe de Nate e também não podia deixar Dante longe de mim. Se algo acontecesse com ele, enquanto eu estivesse longe e seu pai conseguisse tirá-lo de mim, sem eu estar por perto, eu nunca me perdoaria. Pode parecer loucura, mas entre Dante ser sequestrado sem mim ou comigo, a escolha está feita.

Augusto teve a oportunidade de pegá-lo antes, mas ele não o fez por uma razão. No começo, não achei que ele fosse querer me tomar de volta, mas agora entendo que ele não quer só a Dante, ele quer a mim também, para me punir, para me trazer de volta ao inferno, agora que eu pude experimentar um pouquinho do céu.

A única forma de fazer com que Augusto não machucasse Nate, seria me entregando de volta para ele e ele só me aceitaria de volta, se eu tivesse com Dante. E apesar de tudo, eu sei que Augusto nunca machucaria Dante, pois ele é a menina dos seus olhos.

Todavia, se Nate já estivesse morto, nada mais importaria. E eu ter vindo aqui, na cova dos leões, foi em vão e completa idiotice.

Vincent estaciona o carro na entrada de terra do chalé e posso ver Church abraçado com Daniel. Seus olhos voltam para os carros que estacionam, mas sei que ele não pode me ver por causa do vidro temperado. Saio de dentro do carro. Assim que ele se dá conta de minha presença, os olhos de Nate passam de desesperados a aliviados. Só então me dou conta de que ele estava chorando, pois pensou que eu estava no chalé.

Nate corre para perto de mim, ele me puxa para seus braços e então ele chora com o rosto enterrado em meu pescoço. Eu faço o mesmo com ele. Aquele momento, eu descobri que Nathaniel era mais do que suficiente para mim. Ele era tudo. Eu precisei achar que o perdi, para entender que não precisava de nada mais, além dele.

Eu amava Daniel, mas não era o mesmo amor que por Nathaniel. Achar que eu o tivesse perdido, me fez ver toda a situação de uma forma diferente. E mesmo quando Daniel pulou na frente da bala, para salvar seu irmão, o pensamento que me cruzou a cabeça foi "pelo menos não foi Nathaniel".

Agora, até o final dos meus dias, eu vou ter que viver com esse pensamento que vai me aterrorizar. Porque eu amo Daniel e não quero que nada aconteça com ele, mas eu amo Nathaniel ainda mais. E entre me enfiar na fogueira para salvar Nathaniel ou Daniel, ou eu tirava Nathaniel vivo, ou eu morreria junto com ele.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora