Capítulo 62

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AVISO : agressão fisica.

Alyssa

Minhas pálpebras estão pesadas demais e não consigo abri-las. Estou escutando barulhos ao meu redor, mas não consigo identificá-los. Respiro com dificuldade, como se tivesse bebido demais ou fumado muito. Como se eu estivesse de ressaca.

Me pergunto o que aconteceu e onde estou. Tento abrir os olhos novamente e vejo um teto branco acima de mim. Traços dos últimos momentos em que estive acordada começam vir a minha memória. Deus! Eu fui sequestrada.

— Eu sou teu papai, Dante! – A voz que eu achei nunca mais escutar em minha vida ecoa através do cômodo, penetrando meus ouvidos. A voz de Augusto.

Dante chora, chamando por mim e por papa. Papa Chewche.

Desconfiada e com medo, viro meu rosto na direção de onde vem o choro de Dante. Augusto o tem em seus braços, o balançando de um lado para o outro, tentando acalmá-lo.

Me levanto em meus cotovelos e me sento. Tudo dói. Talvez eu ter lutado contra a pessoa que me prendeu, exigiu um esforço muito grande do meu corpo.

Olho ao redor e não muito longe vejo um frasco e uma agulha. Deus! Ele tem me drogado? Por quanto tempo dormi?

Meus movimentos chamam a atenção de Augusto e ele volta sua atenção para mim. Eu havia me esquecido de seu rosto e de sua voz. O olhando assim, posso reparar na semelhança que tem com Daniel e Church.

Augusto anda com passos decisivos em minha direção e ainda com Dante em seus braços, ele dá um forte tapa em meu rosto, me pegando de surpresa. Minha bochecha queima e um zumbido se desperta em meu ouvido. Levo minha mão ao rosto por um segundo. A palma da minha mão cobre minha bochecha e a ponta dos meus dedos pressionam meu tragus para dentro da orelha, tentando aliviar a dor e o zumbido.

A dor toma conta de mim por uma fração de segundos, mas logo ela se esvai, pois estou assustada demais para me importar com essa pequena dor.

— Sua cadela! Você deixou Dante o chamar de pai! – Ele faz menção de me bater de novo, mas Dante grita e dá um tapa em seu rosto. Fico com medo de que Augusto vá machucá-lo, por bater em seu rosto, mas ele está surpreso e em choque com a reação reflexo que Dante teve ao vê-lo me bater.

Dante se joga em minha direção. Augusto o inclina para mim e abro os braços para acolher meu filho. O aperto forte junto a meu peito, ele chora inconsolavelmente. Sussurro palavras de conforto perto de seu ouvido, o dizendo que tudo vai ficar bem e papai vai vir nos buscar.

— Por quanto tempo dormi? — Minha língua se cola ao céu da boca, pela falta de líquidos.

— Algumas horas. — Ele ri.

O encaro durante alguns segundos, retomando minha respiração, meu corpo parece fraco demais e sei que é por causa de seja lá o que Augusto me deu. Meu coração tenta bater mais forte para fazer com que meu organismo funcione novamente, mas minha respiração ainda está fraca demais por causa do sonífero.

Augusto vai até a porta e a abre, chamando alguém que está parado do lado de fora.

— Leve-o para ficar com Adler. — Ele diz apontando para Dante.

— Não! Dante não vai a lugar algum. Ele fica comigo! Eu nem sei quem é Adler!

Irritado, Augusto anda até mim e tenta tirar Dante de meus braços. Deus! Ele está traumatizando meu filho. Decido não lutar contra Augusto para não machucar Dante. Ele toma meu filho de mim e o deixa com o segurança que estava do lado de fora da porta.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora