Capítulo 13

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CHURCH

Daniel volta para perto de nós, alguns minutos mais tarde, com um sorriso no rosto de orelha a orelha e sinto vontade de arrancar cada um de seus dentes. Eu amo meu irmão e questiono minha sanidade mental quando penso em arrancar seus dentes por causa de uma mulher que não conheço.

- Precisamos conversar. - Digo a Florian e Daniel.

Sem delongas, Poppy se levanta e sai, entendendo meu recado. Eu mando uma mensagem para que Anton venha se juntar a nós. Três minutos depois ele aparece.

Conto a Florian tudo o que aconteceu.

- Os suíços e os italianos estão trabalhando juntos. A questão é, por quê? A Suíça sempre foi neutra e agora estão tentando arrumar confusão? Com a gente? - Balanço a cabeça em negação. - Não faz sentido.

- Talvez eles estejam trabalhando para uma pessoa acima deles. - Indaga Florian.

- O que os suíços ganhariam com isso? A quantidade de habitante no país deles é a mesma quantidade de membros dentro da nossa máfia. - Damos uma pequena gargalhada com minha tentativa de humor. - Eles sempre preferiram ficar no canto deles, sem ninguém perturbando. Klaus é um filho da puta, mas não arruma problema fora da Suíça.

Nikhlaus Schüller foi um mafioso alemão exilado. Ele tentou, sem sucesso, tomar conta da máfia francesa, perdeu muitos homens e foi se esconder na Suíça. Ele ficou desaparecido durante 10 anos e 5 anos atrás ele apareceu com uma das máfias mais potentes do centro da Europa perdendo para os italianos e os franceses.

Uma figura de longos cabelos cacheados atrai minha visão. Vejo Kaia passando por entre todos e indo em direção a um dos corredores da Dance Pink.

Tento me concentrar na conversa, mas não consigo. Minhas pernas me erguem, sem comando prévio de minha parte e começam a andar.

- Church, onde você vai? Achei que estávamos conversando... - Remarca Florian.

- Eles estavam lá, eles conhecem a história, eles podem te contar. Eu preciso de ar. Vocês podem conspirar sem mim.

Arrumo o relógio no pulso e a manga do meu terno. Penso em ir lá para fora, mas sei que tem pessoas fumando e eles vão tentar conversar comigo. Penso em ir para casa, mas sei que não vou conseguir tirar a cabeça de Kaia se ela estiver aqui e eu lá.

Ando em direção ao meu escritório, coloco a chave na fechadura e para a minha surpresa a porta não está trancada.

Assim que a porta se abre, vejo Kaia sentada em meu sofá, sem seu sutiã, com uma máquina presa aos seios, tirando leite. Seus olhos estão vermelhos e sei que esteve chorando. Fico paralisado na porta enquanto meu cérebro tenta entender as informações recebidas.

- Me desculpa! - Uma de suas mãos segura a máquina e a outra esconde seu seio de mim. - Florian falou que eu poderia usar o escritório dele para... hum...

- Esse não é o escritório do Florian. É o meu.

Ela arregala os olhos mais uma vez e pronuncia um monte de pedidos de desculpa.

- Me desculpa! Já estou saindo. - Ela se levanta e se atrapalha com a bomba. O copo cai no chão, derramando leite no tapete.

Eu não sei se fico enojado ou excitado. Meu pau se contorce dentro da calça, respondendo a meu questionamento mental. Kaia resmunga e posso ver que quer chorar de novo. Entro e fecho a porta atrás de mim. Vou ao armário e pego uma das camisetas extras que tenho aqui.

- Toma. - Digo estendendo a camiseta em sua direção.

Kaia olha para mim, como se eu estivesse pregando uma peça nela. Ela cessa de pensar muito, vira suas costas para mim e rapidamente veste minha camiseta. Ela começa a recolher seus pertences. Vou ao banheiro, molho um pano de chão na pia e volto para meu escritório. Kaia está tentando absorver o leite no tapete com um guardanapo.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora