Capítulo 36

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ALYSSA

Daniel estava me evitando. Nos evitando. Não o culpo, mas achei que ele fosse querer conversar comigo como um adulto e deixar que eu me explicasse para ele.

Seu semblante, quando ele me viu com Church, me machucou de diferentes formas e eu só queria poder fazer aquilo acabar. Não a minha dor, mas a sua.

Eu pensei que estava demorando para fazer a minha escolha, pois não estava pronta para perder Church por uma noite com Daniel, mas a verdade é que acho que também não estava pronta a perder Daniel, mas só pensei naquilo quando o vi parado em frente a porta nos olhando com tanta raiva e tristeza em seus olhos, que achei que fossemos queimar.

Fiz uma pausa as 3 horas da manhã e tentei ir falar com ele, mas aparentemente ele já tinha ido embora. Mandei uma mensagem e liguei para ele, mas tenho certeza de que ele bloqueou meu número, porque foi direto para a caixa de mensagens.

Fico quieta dentro do carro, enquanto Church nos conduz para ir buscar Dante. O vejo olhar para mim, mas ele não faz perguntas alguma. Acho que talvez tenha medo da resposta que espera do outro lado por ele. A resposta que eu sempre soube que estava lá. Apesar de escolher Church, uma parte de mim sempre vai querer estar com Daniel ou pelo menos saber o que é estar com ele, pois também tenho sentimentos por Daniel.

Entramos na casa dos Vidal e somos recebidos por um Florian que me fuzila com os olhos. Imediatamente levanto o rosto para ver a reação de Church. Ele chama Florian de lado com um gesto de cabeça, sem um segundo olhar para mim.

Dodo não foi ao clube essa noite, mas não parece ter dormido muito bem. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado, algumas mechas caem por todos os lados. Ela está usando um roupão de veludo rosa e olheiras tão grandes e tão fortes, que ela parece ter tomado um soco em cada olho.

- O que foi que você fez? – Me questiona ela, enquanto serve uma caneca de café para mim.

- Do que você está-

- A corta essa, Alyssa. – Ela enfatiza meu nome.

Olho ao redor para ter certeza de que Church e Florian não estão por perto. Tomo a caneca de café de sua mão e dou um gole.

- Transei com o Church.

Dodo arregala os olhos e pousa sua caneca sobre o balcão da cozinha, onde está encostada. Ela aproxima suas mãos uma da outra de uma distância de mais ou menos 13 centímetros, querendo saber o tamanho do pênis de Church. Nego com a cabeça, então ela aumenta um pouco mais o tamanho para uns 16 centímetros. Nego novamente e ela arregala os olhos. Tomo suas mãos nas minhas e mostro a distância de mais ou menos 19-20 centímetros.

- Eu te odeio. – Ela me diz e eu rio. Dessa vez, ela fecha a mão em um semicírculo, fazendo um "c" com a mão, querendo saber a espessura, mas bato em sua mão, dispensando o assunto.

- Para de palhaçada. Por que você parece ter sido atropelada por um caminhão? – Desconverso, tentando falar sobre outra coisa que o pênis de Church.

- Por que meu marido chegou em casa as 3 horas da manhã, me fazendo um interrogatório sobre você. Eles sabem de alguma coisa, algo aconteceu.

- Por isso ele estava me olhando com cara de bunda quando entramos pela porta?

- Sim. E outra coisa, ele não quer mais um trisal com você. Ele disse que nosso trioamor está acabado até segunda ordem. Ele está com muita raiva. Ele falou tanto no meu ouvido que estou com torcicolo.

- O que ele te perguntou? – Pergunto com a voz ainda mais baixa do que antes.

- Se você tinha conversado comigo sobre tua família, de onde você veio, o nome do teu marido, o que teu marido fazia, o que você fazia... – Dodo continua falando, mas me perco em meio a todas as suas citações.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora