Capítulo 51

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CHURCH

Eu sinto que perdi total controle das coisas. Tudo ao meu redor parece um quebra-cabeça bagunçado e com peças faltando. Minha casa está uma bagunça, meus negócios estão uma bagunça, meus homens estão uma bagunça.

Alyssa era meu único ponto de paz, meu porto seguro. Até que nem ela fosse mais.

Dante resmunga na cama ao meu lado, bato em sua bunda, para que ele volte a dormir, mas ele pede para mamar. Me lembro que no carro, com o estresse, ele pediu para mamar e provavelmente, desde então, estar em um ambiente diferente e sentindo o estresse das pessoas ao seu redor, fez com que ele precisasse desse ponto de segurança. De seu porto seguro. Todos nós precisamos de um.

Ally não está na cama, a porta do banheiro está aberta e a luz apagada, então ela também não está lá dentro. Explico a Dante que mamãe não está aqui, que ela vai voltar mais tarde. Ele chora um pouco, mas logo volta a dormir.

Me levanto para procurar por Alyssa e coloco travesseiros ao redor de Dante para que ele não caia, caso role para o lado. Pego meu celular, são 00h17. Abro a porta do quarto para ir à procura de Alyssa. Um de meus homens está no corredor. Ele fica branco como um fantasma ao me ver.

— Que foi? – Pergunto enquanto fecho a porta atrás de mim.

— Senhor... – Benjamin limpa a garganta. – Alyssa e—

Ele não precisa continuar. Escuto gemidos vindo do andar debaixo e sei muito bem o que está acontecendo. Meu coração dispara entre minhas costelas e minhas narinas de dilatam de raiva e vergonha.

— Pode ir. — Benjamin se vai, corredor adentro, em direção ao terceiro andar.

Ando em direção a escada, mas não a desço. O que eu vou fazer? Atirar nela? Torturar meu irmão? Eu sempre soube dentro de mim, que Alyssa nunca iria esquecer esse sentimento que ela alimenta por Daniel, enquanto eles não se entregassem um ao outro. Isso se chama amor de pica. Ela acha que está apaixonada por ele, mas uma vez que eles foderem, ela vai esquecê-lo.

Para ser sincero, prefiro que isso acabe logo agora, de uma vez por todas, enquanto ainda não estamos casados. Por que uma vez que nos casarmos, como ficariam as coisas? Essa tensão sexual entre Daniel e Alyssa sempre estaria presente quando os dois estivessem no mesmo cômodo. Comigo por perto ou não. Se é que ainda vamos nos casar.

— Fala! — Diz Daniel aumentando seu tom de voz.

— Fala baixo, por favor. — Sussurra Alyssa, mas posso escutar mesmo assim. A casa está vazia e sua voz ecoa pelo cômodo.

Desço dois degraus e posso vê-los. Daniel sai de dentro de Alyssa e começa a fodê-la com seus dedos. Ele tira os dedos de dentro dela e os leva a seus lábios.

— Chupa. — Ele soa como uma ordem, mas Alyssa não obedece de primeira. — Chupa!

Finalmente Alyssa segura sua mão e chupa seus dedos. Ele repete o mesmo processo uma segunda vez.

— Você me ama, Alyssa? — Meu coração bate mais forte, ansioso e preocupado, esperando pela resposta de Alyssa. — Ama ou não, porra?

Alyssa parece estar chorando, não tenho certeza daqui.

— Eu amo. Eu te amo, Daniel. Eu te amo, eu te amo, eu te amo! Está satisfeito?

Ela repete que o ama diversas vezes. Acho que nunca o dissera para mim tantas vezes, muito menos com a voz tão envolvida em sentimentos. Meu coração vacila uma vez, mas logo volta a bater freneticamente. Quero descer e matar os dois. Estou dividido entre ficar com raiva e sentir pena de mim mesmo, sendo traído pelas 2 das 3 pessoas que mais amo nesse mundo.

Porto seguro (Dinastia Schneider)Onde histórias criam vida. Descubra agora