Capítulo XLVI

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Any Gabrielly Urrea:

        UTI, eles só podiam estar querendo que a terceira guerra mundial estourasse por me colocar na UTI junto com a enfermeira Hatala, eu sabia muito bem que aquilo tinha uma mão inteira da medusa, ela falava que eu era ótima com os pacientes em casos graves e faria um bom trabalho na UTI, afinal, nós tínhamos que estar em todos os setores, eu preferiria mil vezes ficar na emergência com todos os casos malucos que apreciam do que ter que dividir o mesmo espaço com a amante do meu marido.

_ Vinte miligramas de morfina. – Informei encarando a enfermeira que me auxiliava naquela manhã._ Por favor, preciso de um
exame de sangue completo e me chame assim que ele acordar, precisamos descobrir quem ele é ou a doutora Lins irá querer a minha cabeça.

_ Pode deixar doutora Hidalgo. – Falou ela sorrindo e pegando o medicamente, mas, foi interrompida pela enfermeira Hatala e eu pensando que teria um minuto de paz naquele plantão._ Algum problema Taylor?

_ Não damos morfina para pacientes que não tem um prontuário. – Respondeu ela tirando a agulha da mão dela e fazendo com que eu revirasse os meus olhos._ Pensei que a doutora Hidalgo soubesse disso, pode acontecer reações alérgicas ou ele pode ser um drogado em remição, não podemos aplicar nenhum tipo de medicamento, é um protocolo da UTI, estude sobre isso antes de querer dar ordens erradas por aqui doutora.

_ Então procure a doutora Lins e explique isso para ela, pois, estou apenas passando as ordens que me foram passadas. – Falei cruzando os meus braços e encarando-a com um sorriso falso nos meus lábios._ Como eu não quero problemas com ela, então eu irei apenas cumprir as minhas ordens, dê a morfina para ela e me chame assim que ele acordar, se tiver alguma reclamação enfermeira Hatala, procure a médica responsável e converse com ela sobre isso.

         Sorri e dei-lhe as costas colocando o tablet no balcão e jogando fora as luvas, touca, máscara e o jaleco que usávamos por cima dos uniforme e saí a passos largos, eu precisava de distância daquela mulher ou iriamos ter sérios problemas, como os meus pacientes estavam estáveis eu tinha um tempo para conseguir ir até a cafeteria tomar um café. Pedi um macchiato com bastante caramelo e me sentei em uma das mesas alongando os meus músculos.

_ Pela sua cara eu não irei lhe desejar bom dia ou você vai me comer vivo. – Falou Yuri sentando-se na minha frente com um sorriso caloroso nos seus lábios._ Pode me informar o motivo do mal humor? Não precisa responder, acho que eu sei o motivo, tem que dividir o mesmo ambiente que a enfermeira Hatala não deve estar sendo fácil para você.

_ Ela ainda está tirando uma com a minha cara me desautorizando na frente das outras enfermeiras. – Desabafei passando as minhas mãos pelos cabelos._ É um ambiente infernal Yuri, estou quase indo pedir para que a medusa me mude de rotação para que eu não tenha que ficar no mesmo ambiente que ela, todas as vezes que ela me encara com aqueles enormes olhos negros eu imagino ela na cama com o meu marido e isso não é nada agradável.

_ Nunca pensei que ela fosse esse tipo de pessoa. – Comentou Yuri cruzando os seus braços e se acomodando na cadeira._ É
não deve ser algo agradável para você, mas, nós somos a base da pirâmide dentro desse hospital, apenas recebemos ordens e não a discutimos, temos que continuar calados até que tenhamos passado pelas provas de residência. Falta só um ano querida Any, benditos seis meses de residência na Rússia.

_ Eu nunca fiquei tão feliz em ter feito aquela residência forçada pela universidade. – Falei sorrindo e terminando o meu café. _Preciso voltar para a minha prisão, se eu não surtar até o final desse plantão, com toda a certeza eu irei conseguir ficar esse mês sem comprar briga com aquela mulher, eu tenho que ser uma boa profissional, deixar os problemas matrimoniais do lado de fora do hospital e focar apenas no bem estar dos meus pacientes, mesmo que eu tenha que a amante do meu marido.

Conquiste meu coração - Livro dois •Mulheres da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora