Capítulo 69 - A beautiful mess

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A manhã daquela segunda-feira estava um tanto quanto estranha para Anahí. Logo pela manhã recebeu a ligação do colégio de Alicia, comunicando que a garota tinha faltado em uma importante prova, o que a deixou completamente em alerta. A filha sempre deixava tudo anotado, não era de faltar, tampouco em dia importante como esse. Era no mínimo estranho. 

Tinha o celular em mãos, pronta para ligar para Alicia quando o interfone tocou, e não tinha como a surpresa ser maior. 

O assunto seria brevemente deixado de lado, enquanto resolvia outra parte de sua vida que já vinha bagunçada a uns bons anos. 

— Anahí — Ela respirou fundo, inclinando a cabeça para o lado enquanto encarava aquele sorriso. 

Anahí: Eu não sei se estou mais surpresa ou assustada com essa sua visita — Abriu mais a porta de seu apartamento, dando passagem a Alma — Ah, tem um pouco de curiosidade nisso também. 

Alma: Fico feliz em ainda ser capaz de despertar tantos sentimentos em você — Anahí riu pelo nariz, negando com o rosto — Estou... atrapalhando? — Olhou ao redor, percebendo o lugar silencioso. 

Anahí: Não, não está — Alma sorriu com a cordialidade na voz da filha — Por favor — Apontou para o sofá, se sentando em uma poltrona. 

Alma: Obrigada — Se sentou, cruzando as mãos sobre as pernas — Como você está? — Anahí arqueou uma sobrancelha com a pergunta. 

Anahí: Eu estou bem — Respondeu simples — E a senhora? 

Alma: Eu estou bem, obrigada — Devolveu com um sorriso — Ana, você sabe exatamente ao que me referi quando perguntei como estava — Seus olhos passaram pela mão de Anahí, onde agora tinha apenas a marca de onde um dia já teve uma aliança — Seu pai tem me atualizado sobre alguns assuntos. 

Anahí: Ele deu pra fazer fofoca agora? — Passou as mãos por seus cabelos.

Alma: Querida, ele sempre fez — Ela riu, negando com o rosto — Mas como é sempre algo que fica entre nós dois, vocês acabam não sabendo da língua que o pai de vocês tem. 

Anahí: Vocês andam fofocando sobre minha vida? — Alma colocou a mão sobre a boca ao perceber ter falado demais — Por que? 

Alma: Porque eu me interesso pela vida dos meus filhos — Anahí suspendeu as sobrancelhas — Ora, isso te surpreende? 

Anahí: Me surpreende que pense ter filhos — Disse direta, e Alma apenas suspirou — Sinto muito, eu estou um pouco... 

Alma: Não precisa se desculpar — Sorriu sem graça, olhando para a barriga de Anahí — Está de quanto tempo? 

Anahí: Treze semanas — Olhou para sua barriga com um sorriso. 

Alma: É um tempo tão gostoso... — Seguiu o olhar de Anahí — O tempo onde tudo é sorriso e descoberta — Curvou os lábios em um sorriso — Um tempo onde só existe amor, expectativa... um tempo de autoconhecimento — Anahí a olhou, notando a diferença em sua voz — Um tempo onde somos praticamente incapaz de magoar nossos filhos — Apertou seus dedos — Onde tudo o que fazemos é para o bem deles... — Levantou o olhar, que agora brilhava com a emoção ao se lembrar de sua gravidez — Filha, eu sinto muito — As palavras saltaram de sua boca, surpreendendo Anahí — Eu sinto tanto... — Abaixou novamente o rosto, após alguns segundos encarando o olhar curioso da filha. 

Nunca fora uma mulher de chorar, mas naquele momento, era tomada pela pela dor e arrependimento. Deixou passar tanto tempo, deixou tantas coisas acontecerem, para só então se dar conta de que não bastava simplesmente tentar consertar suas falhas. 

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora