Na manhã seguinte, a primeira coisa que Alfonso fez naquele colégio, foi procurar por Anahí. Ainda tinha em mente o desejo que surgiu na noite anterior, quando se despediu dela. Queria dizer qualquer palavra gentil que fosse, assim como agradecê-la pela forma que reagiu ao descobrir sobre seu pai.
De longe, a viu sentada em uma mesa no pátio externo, ao lado do jardim. Estava sozinha, tinha o rosto apoiado na mão e parecia concentrada, enquanto folheava um livro que tinha a sua frente.
Rodeou o pátio, surgindo atrás dela.
O jardim estava repleto de flores, e ele pegou uma das mais bonitas, se posicionando atrás dela.
— Pra você, princesa — Um sorriso imediatamente surgiu nos lábios de Anahí.
Não precisou ver quem era, reconheceu pelo apelido e o tom de voz de Alfonso.
Anahí: Ei — Aceitou a flor olhando para Alfonso que a rodeou, se sentando de frente pra ela — De onde saiu tanta gentileza?
Alfonso: Não custa nada ser legal — Deu de ombros, apertando a ponte do óculos — As vezes, só as vezes. Que isso fique bem claro.
Anahí: Não me esquecerei disso — Sorriu, colocando a flor entre o livro e fechando-o — Como estão as coisas na sua casa? Tudo bem?
Alfonso: Estão como sempre — Abaixou o rosto, envergonhado — E você? Está melhor do estômago?
Anahí: Está como sempre — Repetiu a resposta de Alfonso, dando de ombros — Escuta, eu tenho que te falar uma coisa — Disse séria, respirando fundo — Sobre os marqueses...
Alfonso: Ah, você ouviu né? — Interrompeu Anahí, coçando a nuca — Olha, não é o que você está pensando, tá? Meu pai é um bom homem, ele só está um pouco... perdido — Completou com um suspiro — Quando ele disse que o mataria, isso foi da boca pra fora, ele não matará o marques, até porque ele tem consciência de que isso acabaria de uma vez com a nossa família.
Anahí: Não, não é isso — Negou com o rosto — É bem claro que vocês não suportam essa família, e acredite que me dói dizer...
Alfonso: Espera — Pediu, interrompendo-a novamente — Me deixa te explicar uma coisa — Cruzou as mãos sobre a mesa, aproximando o rosto de Anahí — Isso não surgiu do nada, não é só uma implicância boba. Nós não acordamos de um dia para o outro e decidimos odiá-los. Foram vários acontecimentos que levaram onde estamos — Olhou ao redor, se certificando de que ninguém os ouvia — Meu pai sempre foi muito próximo do marques, era seu braço direito e foi demitido sem explicação alguma, jogado na rua como se fosse um saco de esterco — Suspirou com pesar — Minha mãe... minha mãe dá a vida dentro daquela casa, escuta desaforo todo santo dia daquele demônio que veste Prada e tem os olhos azuis. Tem dias que ela não consegue ver, pensar e viver a própria vida, porque tudo o que ela tem, é sugado dentro daquela casa — Anahí engoliu a seco, escondendo as mãos que tremiam — E desde então começou uma perseguição. Meu pai não para em emprego algum, a minha mãe passa cada dia mais tempo fora de casa e o meu trabalho... bom, cada dia é uma humilhação diferente. É como se a minha família fosse o problema pra esses... desgraçados — Cuspiu com rancor.
Anahí: Mas... mas você não devia generalizar — Tragou a própria saliva — Talvez seja um mal entendido, talvez... talvez tenha alguém que valha a pena ali. Você não devia colocar todos no mesmo saco, Poncho.
Alfonso: Na verdade, não me importa — Deu de ombros — Não me importa nada e nem ninguém que tenha a ver com eles, eu simplesmente quero distância de todos daquela família.
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Segunda vez amor
Fanfic"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."