Capítulo 4 - Cambiando de tema

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Na manhã seguinte, a primeira coisa que Alfonso fez naquele colégio, foi procurar por Anahí. Ainda tinha em mente o desejo que surgiu na noite anterior, quando se despediu dela. Queria dizer qualquer palavra gentil que fosse, assim como agradecê-la pela forma que reagiu ao descobrir sobre seu pai.

De longe, a viu sentada em uma mesa no pátio externo, ao lado do jardim. Estava sozinha, tinha o rosto apoiado na mão e parecia concentrada, enquanto folheava um livro que tinha a sua frente. 

Rodeou o pátio, surgindo atrás dela. 

O jardim estava repleto de flores, e ele pegou uma das mais bonitas, se posicionando atrás dela.

— Pra você, princesa — Um sorriso imediatamente surgiu nos lábios de Anahí.

Não precisou ver quem era, reconheceu pelo apelido e o tom de voz de Alfonso.

Anahí: Ei — Aceitou a flor olhando para Alfonso que a rodeou, se sentando de frente pra ela — De onde saiu tanta gentileza? 

Alfonso: Não custa nada ser legal — Deu de ombros, apertando a ponte do óculos — As vezes, só as vezes. Que isso fique bem claro. 

Anahí: Não me esquecerei disso — Sorriu, colocando a flor entre o livro e fechando-o — Como estão as coisas na sua casa? Tudo bem?

Alfonso: Estão como sempre — Abaixou o rosto, envergonhado — E você? Está melhor do estômago? 

Anahí: Está como sempre — Repetiu a resposta de Alfonso, dando de ombros — Escuta, eu tenho que te falar uma coisa — Disse séria, respirando fundo — Sobre os marqueses... 

Alfonso: Ah, você ouviu né? — Interrompeu Anahí, coçando a nuca — Olha, não é o que você está pensando, tá? Meu pai é um bom homem, ele só está um pouco... perdido — Completou com um suspiro — Quando ele disse que o mataria, isso foi da boca pra fora, ele não matará o marques, até porque ele tem consciência de que isso acabaria de uma vez com a nossa família.

Anahí: Não, não é isso — Negou com o rosto — É bem claro que vocês não suportam essa família, e acredite que me dói dizer... 

Alfonso: Espera — Pediu, interrompendo-a novamente — Me deixa te explicar uma coisa — Cruzou as mãos sobre a mesa, aproximando o rosto de Anahí — Isso não surgiu do nada, não é só uma implicância boba. Nós não acordamos de um dia para o outro e decidimos odiá-los. Foram vários acontecimentos que levaram onde estamos — Olhou ao redor, se certificando de que ninguém os ouvia — Meu pai sempre foi muito próximo do marques, era seu braço direito e foi demitido sem explicação alguma, jogado na rua como se fosse um saco de esterco — Suspirou com pesar — Minha mãe... minha mãe dá a vida dentro daquela casa, escuta desaforo todo santo dia daquele demônio que veste Prada e tem os olhos azuis. Tem dias que ela não consegue ver, pensar e viver a própria vida, porque tudo o que ela tem, é sugado dentro daquela casa — Anahí engoliu a seco, escondendo as mãos que tremiam — E desde então começou uma perseguição. Meu pai não para em emprego algum, a minha mãe passa cada dia mais tempo fora de casa e o meu trabalho... bom, cada dia é uma humilhação diferente. É como se a minha família fosse o problema pra esses... desgraçados — Cuspiu com rancor.

Anahí: Mas... mas você não devia generalizar — Tragou a própria saliva — Talvez seja um mal entendido, talvez... talvez tenha alguém que valha a pena ali. Você não devia colocar todos no mesmo saco, Poncho. 

Alfonso: Na verdade, não me importa — Deu de ombros — Não me importa nada e nem ninguém que tenha a ver com eles, eu simplesmente quero distância de todos daquela família. 

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora