Capítulo 34 - The first fall

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Tudo o que Anahí tinha planejado para sua noite, acabou indo por água a baixo. Não encontrou Alfonso, não colocou as coisas no devido lugar onde elas deveriam estar.

Tinha um problema maior para resolver agora, e isso poderia lhe custar sua carreira.

A maioria dos médicos daquele hospital se compadeceram com a situação de Anahí, que havia sido denunciada e só Deus e aquela comissão sabiam o porque. Sempre fora uma pessoa totalmente ética dentro do ambiente de trabalho, cumprindo a risca seus deveres e suas funções. Tratava perfeitamente bem todos os pacientes do hospital, trabalhava nos horários corretos de sua escala e nunca, de maneira alguma, fez algo que pudesse comprometer a vida de qualquer um de seus pacientes.

E era isso o que a deixava ainda mais indignada com tudo o que aconteceu.

Não teria direito a defesa, a comissão nem sequer lhe deu ouvidos. E sua carreira agora, dependia da boa intenção de outras pessoas.

Mas assim como muitos ali dentro lhe queriam bem, existiam os que queriam seu lugar. O cargo de direção era cobiçado, todos viam as glórias, mas eram poucos os que sabiam de todo o trabalho burocrático que existia por trás.

— Mãe, para quieta por favor — Alicia colocou a mão sobre a perna de Anahí, que balançava freneticamente — Você é excelente no que faz, dá pra confiar no seu trabalho?

Anahí: Eu confio no meu trabalho, mas não confio em quem tem que decidir por ele — Suspirou, esfregando as mãos no rosto — Cristo! O que foi que eu fiz?

Alicia: Nós já vamos descobrir — Sorriu com carinho para Anahí, desviando a atenção para seu celular em seguida — Você contou a Alfonso o que está acontecendo?

Anahí: Não tive tempo pra isso ainda — Voltou a balançar a perna, incomodada — Mas pra que tanta demora? — Se levantou, andando de um lado para o outro — Ele só tinha que invadir o sistema do hospital e descobrir de onde tinha vindo essa denuncia!

Alicia: É um trabalho fácil para um interno, né? — Riu, negando com o rosto — Mãe, o Noah está arriscando o pescoço dele pra te ajudar, seja pelo menos grata a ele por isso.

Anahí: Eu não sou uma pessoa ingrata, Alicia — Respirou fundo, encostando na parede.

Alicia: Não, não é — Concordou — Mas não enxerga um palmo na frente de sua mão quando está nervosa.

Anahí: Tudo bem, eu vou tentar me controlar — Aceitou, voltando a se sentar — Será que ele ainda vai demorar?

Alicia: Eu não sei, mãe — Se levantou, preocupada com a inquietação de Anahí — Vou preparar um chá pra nós — Sorriu, indo até a cozinha.

Apesar de não ter o talento de sua mãe para cozinhar, ao menos um chá sabia preparar. Abriu todas as portas do armário atrás da chaleira, colocando água para ferver.

Não sabia até onde sua mãe queria que Alfonso soubesse o que estava acontecendo, mas com aquela Anahí ansiosa e inquieta, ela ainda não sabia muito bem como lidar. Eram raras as vezes que Anahí perdia o controle das próprias coisas, como se encontrava agora. A questão é que mexer com a profissão dela, mexia com praticamente tudo em sua vida.

Não pensou muito antes de procurar o número de Alfonso e ligar pra ele, talvez ele soubesse exatamente o que fazer pra acalmar Anahí.

Estava quase desistindo enquanto discava pela terceira vez, quando ouviu a voz dele do outro lado, um tanto quanto afobado.

Aleluia! — Exclamou, levantando a mão livre — Achei que não conseguiria falar com você hoje.

Alfonso: Estou aqui, filha — Puxou sua cadeira, se sentando — Estava resolvendo o problema em uma das campanhas por aqui, desculpe a demora para atender — Alicia ainda sorria, pela forma carinhosa com que Alfonso se referia a ela — Aconteceu alguma coisa?

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora