Anahí chegou em casa com o coração em paz e a alma lavada. Fez o que tinha que ser feito, colocou a mãe em seu devido lugar e de quebra, aliviou para o lado de Alfonso e Christian.
Agora vinha a parte mais difícil: encará-lo enquanto dizia a ele que era filha dos marqueses. Como contaria a Alfonso que o sangue das pessoas que ele mais odeia e despreza no mundo, sempre correu em suas veias?
Como olhar nos olhos do garoto que ama e confessar que o engana desde que o conheceu?
Seria uma conversa difícil, mas ela estava disposta a fazê-la.
Era o certo, afinal.
— Oi, Martinha — Sorriu para Martha, se sentando na mesa para o almoço.
Martha: Senhorita Puente — Serviu o prato de Anahí, que suspirou com pesar ao ser tratada daquele jeito tão formal.
Anahí: Por favor, não me chame assim — Pediu, tristonha — Sente-se aqui, vamos conversar — Bateu na cadeira ao seu lado, e Martha assim o fez — Já almoçou?
Martha: Ainda não — Respondeu sem olhá-la, cruzando as mãos sobre a mesa.
Anahí: Então faça um prato e almoce comigo — Sugeriu, puxando um prato vazio para ela — Eu quero me explicar pra você, e ainda não tive tempo pra isso — Respirou fundo, se virando de frente para Martha — Você é a pessoa que mais me conhece nesse mundo, a pessoa que me criou, a pessoa que eu amo e respeito como mãe... Eu não menti para Alfonso com a intenção de enganá-lo, de brincar com os sentimentos dele. Isso começou com uma mentira inocente, no dia que o conheci no colégio. Ele era um cara legal, não se preocupou com meu sobrenome, nem com o que tinha na minha conta bancária...
Martha: Meu filho não é interesseiro, Ana — O defendeu, e Anahí assentiu — Nunca foi e tenho certeza de que dinheiro nenhum será mais importante do que seus próprios valores. Ele não a trataria diferente por puro interesse.
Anahí: E eu sei disso desde que o conheci — Afirmou com um sorriso — Ele é bom, puro e muito mais sobre do que qualquer um que carregue um título na frente do nome. Alfonso nunca me trataria de qualquer outra maneira por interesse, mas me trataria diferente a partir do momento que soubesse quem eu sou de verdade, meu sobrenome, e de onde vim. E eu sei que você sabe disso...
Aquele fato, Martha não tinha como negar.
Tinha conhecimento do conflito que o filho vivia com a marquesa, não só em seu trabalho, mas em tudo o que a envolvia e isso era desde sempre.
Era como se tudo de ruim que acontecesse em volta de sua família, fosse associado a Alma. Não era nem um pouco saudável, mas era exatamente o que acontecia.
E por mais que nem Anahí e nem Miguel tivesse absolutamente nada a ver com isso, seriam eles quem colheriam no futuro, o fruto da discórdia causada pela própria mãe. Era totalmente errado e injusto, mas era a realidade. Anahí já vivia aquilo em sua própria pele e Martha não podia negar que tudo o que parecia estar ruim, ainda tinha por onde piorar.
— De toda forma, essa mentira acaba hoje — Martha levantou os olhos, encontrando com os de Anahí — Eu não aguento mais ter que viver uma vida de mentira com a única pessoa que merece toda a minha sinceridade — Secou uma lágrima, abaixando o olhar — Eu sinto muito que tenha conhecido assim, a nossa história. Eu sinto muito por ter começado de forma errada... mas eu não posso dizer que me arrependo. Eu não posso mudar quem eu sou, Martinha... e essa mentira, fez eu conhecer a pessoa mais maravilhosa que existe nesse mundo. A pessoa que me ajudou a lutar contra meus medos, que segurou a minha mão quando eu tinha tudo pra cair nessa maldita doença. A pessoa que mostrou que minha vida vale a pena e que... me fez sentir coisas que eu jamais vou viver ao lado de outra pessoa.
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Segunda vez amor
Fiksi Penggemar"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."