Capítulo 45 - Redemption

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Alma passou ao lado de Alfonso, com o mesmo ar de superioridade e sorriso sombrio. Se lamentou por odiar tanto uma mulher, que querendo ou não, era mãe da mulher que amava e sabia que de uma forma ou de outra, isso sempre deixaria marcas negativas no relacionamento dos dois.

Mas não recuou, devolveu o olhar de Alma com a mesma intensidade, ignorando a arrogância da mulher que se encontrava elegantemente vestida, como se ainda fosse a maldita marquesa, dona de um império.

— O que você quer aqui? — Entregou sua curiosidade, sem enrolação — Por que você voltou?

Alma: Hum, direto ao assunto — Cruzou os braços — Garoto esperto, eu gosto disso. 

Alfonso: Não podia ter ficado naquela... maldita Espanha? — Passou as mãos pelos cabelos, nervoso — O que você quer aqui?

Alma: Sabe, eu tenho várias e várias respostas para essa sua pergunta — Rodeou Alfonso, apoiando o cotovelo em seu braço — Mas te darei a mais óbvia: justiça — Alfonso franziu o cenho — Isso é tudo o que quero.

Alfonso: E você por acaso conhece o significado dessa palavra? — Bufou com ar de deboche — Faça-me o favor e nos poupe desse teatrinho barato.

Alma: Vamos lá — Estralou os dedos, encarando-o — Eu não me importei quando você investiu boa parte do seu dinheiro na minha maior concorrente, levando meu negócio ao fracasso — Argumentou, levantando um dedo — Eu não me importei quando usou intermediadores para comprar minha vinícola, quando estava atolada em dívidas, por sua causa — Levantou um segundo dedo — Eu não me importei quando me pagou com a mesma moeda, colocando fogo em tudo o que me sobrou nessa vida, Herrera — Alfonso riu nervoso, negando — Mas a partir do momento que você voltou a se relacionar com minha filha, tudo isso passou a me incomodar. E eu não acho certo que continue com ela, fingindo que nada disso aconteceu.

Alfonso: Não fale do que você não sabe — Apontou, furioso — Eu vivi um verdadeiro inferno em suas mãos, naquele... maldito lugar! Acha mesmo que pode vir aqui e me cobrar por justiça depois de tudo? Depois de tanto tempo? 

Alma: Não estou dizendo que posso — Balançou os ombros, usando um tom de indiferença — Estou dizendo que vou.

Alfonso: Claro — Riu sem humor — O que esperar de Alma Portilla, não é mesmo? A mulher que faz o que quer e sempre sai impune! A mulher que não se preocupa com quantas pessoas vai machucar, e simplesmente faz o que da na cabeça! Me diz! O que esperar de você?

Alma: Realmente, as pessoas não podem esperar muito de mim — Encolheu seus ombros — Alfonso, eu errei muito ao longo da minha vida. Só Deus sabe o quanto errei, e eu tenho certeza de que não existe perdão para tudo o que fiz. E na verdade, eu não estou atrás disso. Eu perdi tudo o que tinha, família, posses, dinheiro... 

Alfonso: E o que você quer então, marquesa? — A interrompeu, sentindo o sangue ferver — É vingança? 

Alma: Eu já lhe disse — Pontou, sorrindo — Justiça.

Alfonso: Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! — Se virou, esfregando as mãos em seus cabelos — Você não é tão nobre para tanto! 

Alma: Não sou mesmo, e não vou negar — Disse ainda com o tom tranquilo — Mas meus filhos são — Ressaltou — E eles merecem isso. 

Alfonso: O que? Você tem filhos? — Riu com tom irônico — Essa é novidade pra mim! 

Alma: Como eu ia dizendo, eu não quero perdão, não posso e nem vou pedir por isso, mas... — Andou lentamente ao lado de Alfonso, irritando-o ainda mais — Eu posso pelo menos tentar redimir tantas coisas que já fiz. 

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora