Alma passou ao lado de Alfonso, com o mesmo ar de superioridade e sorriso sombrio. Se lamentou por odiar tanto uma mulher, que querendo ou não, era mãe da mulher que amava e sabia que de uma forma ou de outra, isso sempre deixaria marcas negativas no relacionamento dos dois.
Mas não recuou, devolveu o olhar de Alma com a mesma intensidade, ignorando a arrogância da mulher que se encontrava elegantemente vestida, como se ainda fosse a maldita marquesa, dona de um império.
— O que você quer aqui? — Entregou sua curiosidade, sem enrolação — Por que você voltou?
Alma: Hum, direto ao assunto — Cruzou os braços — Garoto esperto, eu gosto disso.
Alfonso: Não podia ter ficado naquela... maldita Espanha? — Passou as mãos pelos cabelos, nervoso — O que você quer aqui?
Alma: Sabe, eu tenho várias e várias respostas para essa sua pergunta — Rodeou Alfonso, apoiando o cotovelo em seu braço — Mas te darei a mais óbvia: justiça — Alfonso franziu o cenho — Isso é tudo o que quero.
Alfonso: E você por acaso conhece o significado dessa palavra? — Bufou com ar de deboche — Faça-me o favor e nos poupe desse teatrinho barato.
Alma: Vamos lá — Estralou os dedos, encarando-o — Eu não me importei quando você investiu boa parte do seu dinheiro na minha maior concorrente, levando meu negócio ao fracasso — Argumentou, levantando um dedo — Eu não me importei quando usou intermediadores para comprar minha vinícola, quando estava atolada em dívidas, por sua causa — Levantou um segundo dedo — Eu não me importei quando me pagou com a mesma moeda, colocando fogo em tudo o que me sobrou nessa vida, Herrera — Alfonso riu nervoso, negando — Mas a partir do momento que você voltou a se relacionar com minha filha, tudo isso passou a me incomodar. E eu não acho certo que continue com ela, fingindo que nada disso aconteceu.
Alfonso: Não fale do que você não sabe — Apontou, furioso — Eu vivi um verdadeiro inferno em suas mãos, naquele... maldito lugar! Acha mesmo que pode vir aqui e me cobrar por justiça depois de tudo? Depois de tanto tempo?
Alma: Não estou dizendo que posso — Balançou os ombros, usando um tom de indiferença — Estou dizendo que vou.
Alfonso: Claro — Riu sem humor — O que esperar de Alma Portilla, não é mesmo? A mulher que faz o que quer e sempre sai impune! A mulher que não se preocupa com quantas pessoas vai machucar, e simplesmente faz o que da na cabeça! Me diz! O que esperar de você?
Alma: Realmente, as pessoas não podem esperar muito de mim — Encolheu seus ombros — Alfonso, eu errei muito ao longo da minha vida. Só Deus sabe o quanto errei, e eu tenho certeza de que não existe perdão para tudo o que fiz. E na verdade, eu não estou atrás disso. Eu perdi tudo o que tinha, família, posses, dinheiro...
Alfonso: E o que você quer então, marquesa? — A interrompeu, sentindo o sangue ferver — É vingança?
Alma: Eu já lhe disse — Pontou, sorrindo — Justiça.
Alfonso: Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! — Se virou, esfregando as mãos em seus cabelos — Você não é tão nobre para tanto!
Alma: Não sou mesmo, e não vou negar — Disse ainda com o tom tranquilo — Mas meus filhos são — Ressaltou — E eles merecem isso.
Alfonso: O que? Você tem filhos? — Riu com tom irônico — Essa é novidade pra mim!
Alma: Como eu ia dizendo, eu não quero perdão, não posso e nem vou pedir por isso, mas... — Andou lentamente ao lado de Alfonso, irritando-o ainda mais — Eu posso pelo menos tentar redimir tantas coisas que já fiz.
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Segunda vez amor
Fanfiction"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."