Capítulo 55 - I was

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Antes de fazer o que tinha combinado com Alicia, mesmo que contra sua vontade, Mane rodou alguns lugares onde sabia que poderia encontrar o que tinha sido pedido por Maite.

A questão era que, apesar de nenhuma delas parecer apetitosa o suficiente, também não conhecia o gosto da morena. Não sabia se ela preferia sopa ou caldo, se gostava de queijo ou não e apesar da infinidade de combinações, as chances de errar, eram ainda maiores.

Por isso, preferiu passar no supermercado e comprar de tudo um pouco para que ele mesmo preparasse o que fosse da preferência dela.

Em seu carrinho tinha de tudo, desde batata a berinjela, e assim, não haveria erros. A parte da reclamação não tinha como eliminar, já que parecia ser o hobby preferido de Maite, em especial, com tudo o que o envolvesse.

Mas isso não o chateava ou o repelia, muito pelo contrário, se divertia com o jeito dela. E era isso o que fazia com que ela se irritasse e implicasse ainda mais com ele, ficando assim em um looping infinito.

— Você... — Mane sorriu ao ver uma Maite com o nariz vermelho do outro lado, uma toalha molhada em uma das mãos — O que está fazendo aqui?

Mane: Boa noite pra você também — Devolveu em tom cortês, o sorriso aumentando com a revirada de olhos dela — Já que você evita ir ao trabalho para não me encontrar, pensei em vir te atormentar em sua casa — Maite bufou, o dando as costas.

Maite: Não pense que é o centro de tudo — Andou até o sofá, se jogando nele — Mas em algo você está certo, você me atormenta mesmo — Forçou um sorriso sem dentes a ele, que encostou a porta do apartamento — A diferença, é que daqui eu posso te expulsar sem maiores problemas.

Mane: Ai é que você se engana — Colocou as sacolas no sofá, se sentando na beirada da mesa de centro em madeira — Se me expulsar, vai acabar ficando sem sua sopa — Entregou, radiante — E também, sem a minha companhia — Cruzou as pernas com o olhar tranquilo — De toda forma, quem perde é você.

Maite: Eu não preciso de você e de sua sopa, alias, Alicia deve estar... — Parou antes de completar a frase o olhando com o cenho franzido e ele apenas assentiu com o olhar sereno — Alicia! Eu vou matar essa garota — Grunhiu entredentes, se levantando — Qual o problema de manter a língua dentro da boca?

Mane: Ela só estava preocupada com você — Saiu em defesa da garota, também se levantando — E eu posso te ajudar... — Pegou uma das sacolas, mostrando o xarope a ela.

Maite: Mas pra isso, vou ter que socializar com você e eu não estou nem um pouco afim — Cruzou os braços, emburrada.

Mane: Vamos fazer o seguinte — Andou até ela, entregando o xarope — Tome isso e descanse, ok? Eu preparo uma sopa pra você, e vou embora. Não vai nem precisar me ver ou se despedir — Propôs com as mãos no bolso — Podemos fazer assim?

Maite: Hum... isso é estranho — O olhou, desconfiada — Você não vai me pedir nada em troca?

Mane: Eu não preciso de nada em troca disso — Garantiu, agora com um sorriso carinhoso em seus lábios — Só quero que fique bem logo — Deu mais um passo, prendendo o cabelo dela atrás da orelha — Até porque, seria pecado atormentar quem não pode se defender no momento — Maite riu, batendo na mão dele — Prefiro esperar que fique bem, para voltar a fazer isso.

Maite: Eu... — Suspirou, encolhendo os ombros — Ok, obrigada — Aceitou, sorrindo sincera.

Mane: Não por isso — Piscou para ela, girando para pegar as sacolas — Eu só preciso que me fale o que gosta, e ai, consigo preparar algo do qual não possa reclamar.

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora