A manhã daquela segunda-feira estava fria e cinzenta, o tempo fechado anunciava a tempestade que estava por vir e ao abrir os olhos e se espreguiçar demoradamente, Alfonso notou que alguma coisa estava muito errada por ali.
Apalpou toda a cama em busca de Anahí, abrindo totalmente os olhos e se sentando ao não sentir a presença dela ao seu lado. Era frustrante demais dormir com ela em seus braços e acordar totalmente sozinho.
Ainda estava sem roupa alguma, e sorriu ao ver seu corpo nu, se lembrando da noite agitada que tiveram naquela cama. Ainda incomodava sua mente, seu corpo e seu coração, saber que agora se deitava em uma cama com a mulher que amava, onde ela já pertenceu a outro. Mas isso não era mais problema, com certeza a única lembrança que ela teria dali, era em seus braços.
Se levantou da maneira que estava, pegando apenas sua cueca que estava jogada ao lado de sua cama e foi até o banheiro no quarto dela, lavando seu rosto e ajeitando seus cabelos.
Sua barba parecia maior do que se lembrava, e talvez, fosse hora de apará-la.
— Ani? — Chamou por Anahí ao ouvir uma porta bater fortemente — Ani... meu Deus! — Correu até a grande porta de vidro do quarto dela, que abria pra uma sacada. O vento batia forte, o que fez com que sujasse boa parte do quarto dela com a poeira.
Fechou a porta, encarando seu reflexo no vidro com o cenho franzido. Saltou pra trás assustado quando um clarão forte cortou o céu, iluminando todo o quarto e o estrondo do trovão veio logo em seguida.
O que ouviu a seguir foram gritos, e isso o deixou ainda mais em alerta.
Pegou a calça que usava na noite anterior, vestindo-a apressadamente e abrindo a porta do quarto. Os gritos agora eram mais audíveis, e a medida em que se aproximava da escada, totalmente compreensíveis.
O cenário era parecido com um filme de terror, os corredores estavam escuros e frios, e o vento que anunciava a tempestade zunindo por ali, colaborava e muito para isso.
Alfonso sentiu um frio na espinha ao reconhecer a voz que vinha do andar de baixo, correndo em direção ao hall da escada.
— NÃO ENCOSTE EM MIM! — Parou apoiado no guarda-corpo, a tempo de ver Anahí se debatendo nos braços de Alma — EU JÁ DISSE TUDO O QUE TINHA PRA FALAR, TUDO O QUE GUARDEI DURANTE TODOS ESSES ANOS! ME SOLTA!
Alma: Falou até demais, garota! — Acertou a mão espalmada no rosto de Anahí, o que fez com que ela se calasse, e Alfonso gemeu ao ver o sangue escorrer pelo rosto dela — AGORA VOCÊ VAI ME OUVIR!
Alfonso: O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — Desceu os degraus em questão de segundos, se colocando entre as duas — Nunca mais em sua vida, encoste um dedo seu nela! — Disse entredentes, em um tom ameaçador — NUNCA MAIS!
Alma: Ah, chegou quem faltava! — Gargalhou alto, como se realmente se divertisse — Antes tarde do que nunca, não é mesmo? — Abriu um imenso sorriso frio para Alfonso, que sentiu as mãos de Anahí em suas costas nua — Que bom que está aqui, o espetáculo não seria o mesmo sem você, Herrera.
Alfonso: Some daqui — Apontou a porta, ainda com um tom duro.
Alma: Não tão fácil, moleque — Dispensou, se deliciando com o desespero dele — Não saio daqui antes de acabar com você — Alfonso bufou, se virando preocupado para Anahí — Não toque na minha filha! — Bradou com o tom irritado.
Alfonso: Está tudo bem? — Ignorou Alma, limpando o sangue que escorria pela boca dela com o dedo — Desgraçada — Grunhiu baixinho, puxando Anahí pra um abraço — Vai limpar isso, princesa. Deixe que eu cuido de tudo por aqui.
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Segunda vez amor
Fanfiction"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."