Capítulo 33 - A point of view

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A manhã daquela segunda-feira estava fria e cinzenta, o tempo fechado anunciava a tempestade que estava por vir e ao abrir os olhos e se espreguiçar demoradamente, Alfonso notou que alguma coisa estava muito errada por ali. 

Apalpou toda a cama em busca de Anahí, abrindo totalmente os olhos e se sentando ao não sentir a presença dela ao seu lado. Era frustrante demais dormir com ela em seus braços e acordar totalmente sozinho. 

Ainda estava sem roupa alguma, e sorriu ao ver seu corpo nu, se lembrando da noite agitada que tiveram naquela cama. Ainda incomodava sua mente, seu corpo e seu coração, saber que agora se deitava em uma cama com a mulher que amava, onde ela já pertenceu a outro. Mas isso não era mais problema, com certeza a única lembrança que ela teria dali, era em seus braços. 

Se levantou da maneira que estava, pegando apenas sua cueca que estava jogada ao lado de sua cama e foi até o banheiro no quarto dela, lavando seu rosto e ajeitando seus cabelos.

Sua barba parecia maior do que se lembrava, e talvez, fosse hora de apará-la. 

— Ani? — Chamou por Anahí ao ouvir uma porta bater fortemente — Ani... meu Deus! — Correu até a grande porta de vidro do quarto dela, que abria pra uma sacada. O vento batia forte, o que fez com que sujasse boa parte do quarto dela com a poeira. 

Fechou a porta, encarando seu reflexo no vidro com o cenho franzido. Saltou pra trás assustado quando um clarão forte cortou o céu, iluminando todo o quarto e o estrondo do trovão veio logo em seguida. 

O que ouviu a seguir foram gritos, e isso o deixou ainda mais em alerta. 

Pegou a calça que usava na noite anterior, vestindo-a apressadamente e abrindo a porta do quarto. Os gritos agora eram mais audíveis, e a medida em que se aproximava da escada, totalmente compreensíveis. 

O cenário era parecido com um filme de terror, os corredores estavam escuros e frios, e o vento que anunciava a tempestade zunindo por ali, colaborava e muito para isso. 

Alfonso sentiu um frio na espinha ao reconhecer a voz que vinha do andar de baixo, correndo em direção ao hall da escada. 

— NÃO ENCOSTE EM MIM! — Parou apoiado no guarda-corpo, a tempo de ver Anahí se debatendo nos braços de Alma — EU JÁ DISSE TUDO O QUE TINHA PRA FALAR, TUDO O QUE GUARDEI DURANTE TODOS ESSES ANOS! ME SOLTA!

Alma: Falou até demais, garota! — Acertou a mão espalmada no rosto de Anahí, o que fez com que ela se calasse, e Alfonso gemeu ao ver o sangue escorrer pelo rosto dela — AGORA VOCÊ VAI ME OUVIR!

Alfonso: O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — Desceu os degraus em questão de segundos, se colocando entre as duas — Nunca mais em sua vida, encoste um dedo seu nela! — Disse entredentes, em um tom ameaçador — NUNCA MAIS!

Alma: Ah, chegou quem faltava! — Gargalhou alto, como se realmente se divertisse — Antes tarde do que nunca, não é mesmo? — Abriu um imenso sorriso frio para Alfonso, que sentiu as mãos de Anahí em suas costas nua — Que bom que está aqui, o espetáculo não seria o mesmo sem você, Herrera. 

Alfonso: Some daqui — Apontou a porta, ainda com um tom duro.

Alma: Não tão fácil, moleque — Dispensou, se deliciando com o desespero dele — Não saio daqui antes de acabar com você — Alfonso bufou, se virando preocupado para Anahí — Não toque na minha filha! — Bradou com o tom irritado. 

Alfonso: Está tudo bem? — Ignorou Alma, limpando o sangue que escorria pela boca dela com o dedo — Desgraçada — Grunhiu baixinho, puxando Anahí pra um abraço — Vai limpar isso, princesa. Deixe que eu cuido de tudo por aqui. 

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora