Capítulo 6 - Contra la razón

1.2K 101 670
                                    

Aquela noite ainda prometia muitas surpresas, e Miguel se deu conta de que estava prestes a testemunhar uma, quando viu seu pai descer apressadamente os degraus da escada, enquanto sua mãe vinha como um furacão atrás dele, gritando por seu nome.

A principio pensou em não se meter, afinal, aquele problema não era dele. Mas paralisou ao ouvir o nome de Martha naquela conversa.

E o fato que o fez se meter naquela discussão, era para proteger a única pessoa no mundo que merecia seus cuidados. 

— Pai? — Chamou Murillo que já estava com a mão na maçaneta da porta, fazendo-o parar — Tudo bem? 

Murillo: Sim, filho — Recuou um passo, ficando de frente para ele — Está tudo bem — Garantiu, olhando Alma de soslaio — E você?

Miguel: Eu estou bem — Sorriu com as mãos no bolso, se aproximando do pai — Será que podemos conversar por um minuto? — Olhou rapidamente para Alma, que ainda estava assombrada — Só nós dois. 

Murillo: Aconteceu alguma coisa? — Perguntou preocupado, se esquecendo de que estava prestes a partir — Onde está sua irmã? 

Miguel: Está no quarto — Mentiu, coçando a nuca em seguida — Vem aqui, vamos conversar um pouco — Chamou, acenando com a cabeça. 

Passaram por Alma, ignorando o fato de que ela seguia parada no pé da escada, encarando os dois, e seguiram em direção ao escritório.

Olhou bem para os dois lados se certificando de que ninguém estava por perto, antes de fechar a porta e se sentar na poltrona de frente para Murillo, que seguia confuso e curioso sobre o assunto urgente de Miguel. 

— Esse assunto que tem pra tratar com o marido de Martha, pode esperar até amanhã? — Bateu os dedos sobre a coxa — Hoje realmente seria um problema se fosse até lá.

Murillo: Por que, Miguel? — Franziu o cenho — Você nem o conhece, como pode...? 

Miguel: Eu confio no senhor, e é por isso que vou dizer — O interrompeu, se sentando na beirada da poltrona — Anahí está... fora, nesse momento — Os olhos de Murillo se arregalaram — Se acalme, se acalme. Eu sei que está tarde, mas já me certifiquei de que ela esteja bem. 

Murillo: Como assim, sua irmã não está em casa? — Se levantou nervoso, andando de um lado para o outro — Onde ela está? Com quem? Por que não me avisou antes, Miguel? 

Miguel: Pai, sente-se aqui — Apontou para a poltrona a sua frente, e mesmo contrariado, Murillo o fez — Se lembra de quantas vezes eu te liguei dizendo que não tinha nada bem entre minha mãe e Anahí? — Murillo assentiu — Se lembra quantas vezes eu te liguei apenas pra dizer que estava preocupado com ela, com medo de que viesse a fazer alguma coisa que a prejudicasse? Que ela andava triste, abatida pelos cantos? — Novamente Murillo assentiu — Pois então, ela encontrou uma válvula de escape, e é com ele que está agora — Completou com um sorriso fraco. 

Murillo: Ele? — Repetiu com uma careta — Miguel, sua irmã está com um homem, fora de casa e tarde da noite, e você está nessa tranquilidade toda? 

Miguel: Sim — Disse tranquilo — Eu conversei com ela, eu pesquisei sobre ele antes de dar o meu voto de confiança. Ele já merecia só por devolver o brilho nos olhos dela, pai. Mas eu me certifiquei de que é um garoto bom e que de maneira alguma, a machucaria. 

Murillo: E onde eles estão? — Respirou aliviado diante da fala de Miguel.

Miguel: Eles foram ao jogo — Explicou, tranquilizando-o por completo — A questão é... é um pouco mais delicada que isso. 

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora