Capítulo 19 - The time

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E as lágrimas escorrem pelo seu rosto, quando você perde algo que não pode substituir. Quando você ama alguém, mas isso se desperdiça. Poderia ser pior?
Para os erros, o perdão. Para os fracassos, uma nova chance. E para os amores impossíveis, o tempo.


Não é porque o tempo passa, que as coisas mudam. As vezes, tudo continua exatamente no mesmo lugar que antes. A vida muda, as pessoas mudam, mas os sentimentos? Nem sempre. O tempo cura, o tempo transforma, o tempo passa, mas o tempo não apaga. 

E era exatamente sobre isso que Anahí refletia, enquanto girava uma garrafa de cerveja sobre a mesa daquele mesmo bar de sempre. 

Hoje, era uma bela mulher. As curvas em seu corpo chamavam a atenção de muitos, seus cabelos agora adotaram um tom de chocolate. Tinha um diploma do qual se orgulhava muito, afinal, não foi fácil pra ela se reerguer e conquistar todos os seus sonhos. 

Mas hoje, ela tinha pelo o que lutar. E foi isso que devolveu a ela o coração. 

— Ali — Apontou para um rapaz apoiado no balcão do bar — Ele não tira os olhos daqui! — Anahí negou com uma careta, dando um gole em sua cerveja — Qual é, Ani! Assim fica difícil, você nega todos! 

Anahí: Maite, eu não vim aqui atrás de homem — Tamborilou os dedos sobre a mesa, desinteressada — Eu só quero me divertir. 

Maite: Temos que comemorar o fato de minha melhor amiga estar solteira — Anahí riu, revirando os olhos com enfado — Afinal, você teve coragem pra colocar seu marido para fora de casa, isso merece e muito uma comemoração especial! Quem sabe com um homem diferente na sua cama. 

Anahí: Hoje não — Negou, pegando um amendoim sobre a mesa — Mude o foco para os que te interessam. Eu estou muito bem sozinha. 

Maite: Sozinha até demais — Bufou, passando os olhos pelos homens do bar — Amiga! Olha aquele moreno que acabou de entrar — Apontou para a entrada do bar e Anahí seguiu a direção do dedo dela — Que olhar sério — Disse com um sorriso — Olha aquela barba... que cara de mau! — Anahí gargalhou, pegando mais um amendoim sobre a mesa — Esse é homem pra quebrar a cama! 

Manteve os olhos fixos no homem para qual a amiga apontava, dispensando com o rosto em seguida e pegando mais um amendoim. 

Podia ter passado anos, mas o olhar de Alfonso ainda vivia em sua memória. Era uma pena que o único do qual conseguia se lembrar com clareza, era o de decepção, quando finalmente descobriu quem ela era. 

Por mais que tentasse se livrar e se lembrar dos inúmeros momentos bons, tudo o que vinha a sua mente era isso: a decepção. 

Desde então, não pisou mais na Espanha. Não o procurou em nenhum lugar da internet, não perguntou a ninguém sobre ele, partiria o seu coração vê-lo com outra. E isso, era mais do que óbvio que tinha acontecido. 

Afinal, até mesmo ela teve outros. 

— Para as senhoritas — Anahí levantou o rosto, encarando o garçom que colocou duas taças de vinho sobre a mesa — Do cavalheiro ali — Apontou para o homem que Maite ainda observava de forma discreta. 

Anahí: Obrigada — Segurou a taça na ponta dos dedos, girando o líquido de dentro — Maite, desiste desse cara — Disse divertida, bebericando o vinho — Ele tem um péssimo gosto. 

Maite: Por que? O vinho é dos mais baratos? — Encarou sua taça de cenho franzido e Anahí negou — O que é então, criatura? Por que tem que colocar defeito em tudo?

Segunda vez amorOnde histórias criam vida. Descubra agora