Anahí se viu no limite de sua vida na manhã daquela sexta feira. Passou a noite em claro no hospital, ligando de hospital em hospital, atrás de alguma nova notícia. Dylan era agora o primeiro na fila de transplante, e nunca se imaginou que ficaria grudada ao lado do telefone, esperando pela noticia da morte de alguém.
Aquela situação era desgastante e a matava por dentro. Ao mesmo tempo que se sentia forte e motivada a lutar pela vida do garoto, também se sentia fraca e incapaz.
Não demorou para que a notícia sobre seus pacientes espalhasse por todo o hospital, por onde ia, recebia o olhar critico das pessoas que sempre a julgava por cada mínima coisa que fosse.
— Aqui, tome um pouco — Noah colocou um café em frente a Anahí, que respirou fundo — Vai te fazer bem.
Anahí: Alguma notícia? — Suspirou, vendo-o negar — Como Dylan está?
Noah: Exatamente na mesma — Se sentou na frente dela — Mas um pouco mais animado agora pela manhã — Sorriu ao se lembrar — Parece um pouco mais disposto.
Anahí: Isso é bom — Sorriu fraco, vendo seu celular tocar mais uma vez — Que raio de aparelho que não acaba a bateria — Ignorou a chamada de Alicia, respirando fundo — Vai ter que ficar pra depois, filha — Apagou a tela do celular, ignorando a ligação.
Noah: Bom — Pigarreou, disfarçando o incomodo com a ligação rejeitada por ela — Eu andei pesquisando alguns especialistas na área, para que pudéssemos trocar algumas ideias, pegar referências... — Anahí assentiu, ainda encarando seu celular — Conhece a doutora Amélia Allen?
Anahí: Já ouvi falar sobre — Tamborilou a unha sobre a mesa — Ela tem boas referências — Noah assentiu, colocando um tablet na frente dela — Foi ela quem fez isso?
Noah: Sim, senhora. E com muito êxito — Sorriu esperançoso — Posso marcar um horário com ela?
Anahí: Sim, faça isso — Arrastou sua cadeira, se levantando — Eu vou ver como Dylan está — Comunicou Noah — E você vem comigo — Sinalizou da porta, ao vê-lo parado.
Seguiu os passos de Anahí sem se atrever a dizer uma só palavra. Na verdade, não conseguia pensar no que dizer a ela.
Acompanhou de perto todo o processo doloroso pelo qual passou essa semana, e a forma com que isso a deixou abalada. E mesmo tendo visto com os próprios olhos que não houve um só erro sequer dela dentro daquela sala de cirurgia, não conseguia fazer com que Anahí não se cobrasse duramente.
Já perdeu as contas de quantos boatos ouviu sobre ela, e o trabalho que teve para acabar com eles, antes que chegasse nos ouvidos de Anahí. Isso sem dúvidas, a deixaria ainda mais desestabilizada, e não precisava de mais pressão, não precisava de mais pesos em suas costas.
— Oi, meu amor — Anahí sorriu, cumprimentando Dylan — Como passou a noite?
Dylan: Como sempre — Deu de ombros — Mas me deixaram comer cereal hoje, então, acordei feliz!
Anahí: Hum... isso parece muito bom — Olhou para a tigela sobre a bandeja dele, que assentiu — Escute — Se sentou na beirada da cama ao lado dele — Noah conhece uns lugares maneiros aqui dentro e pode te mostrar todos eles... — Sorriu ao receber o olhar curioso do garoto — Quer dar uma volta?
Dylan: Oba! Eu quero! — Levantou os braços, virando a tigela com o leite em sua perna — Droga, vou ter que me trocar antes.
— Vem aqui que eu te ajudo, garoto — Noah se abaixou ao lado da cama, ajudando-o a se descer — Onde estão suas roupas?
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Segunda vez amor
Hayran Kurgu"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."
