Não era como se Alma não tivesse avisado várias e várias vezes a Alfonso que esse dia chegaria, nesse caso, ela tinha sido direta até demais.
Se via agora diante de um grande impasse, poderia proteger o casamento da filha até que Alfonso tomasse coragem para conduzir aquela situação, ou abrir os olhos de Miguel e Murillo, que também corriam perigo.
— Eu realmente não sei nem como começar a falar sobre uma coisa dessas — Suspirou, passando as mãos no rosto por um momento, enquanto procurava a melhor saída.
Murillo: Alma — Se virou para ela, sentando-se sobre uma perna — Você sabe o que vai falar ou é só... não sei, uma tentativa sua de...?
Alma: Eu tenho certeza absoluta do que vou falar, Murillo — Defendeu o que faria em um tom calmo — Não tenho como provar, mas sei do que falo.
Murillo: Pois bem — Cruzou as mãos, colocando sobre sua perna — Estamos ouvindo, fale.
Alma: Se lembra de Angelina Martinez? — Murillo forçou a memória ao reconhecer o sobrenome, e Miguel tinha os olhos arregalados ao associá-la a pessoa — Vamos, você deve se lembrar, afinal, já fizemos negócios com os pais dela antes de quebrarem.
Miguel: Pai — Trocou o sofá para se sentar ao lado de Murillo, que tentava forçar sua memória — O senhor se lembra sim — Olhou brevemente para Alma — Se lembra da garota que vivia entregando Ana a você? — Murillo negou com o cenho franzido — A loira que caiu com a bicicleta dela assim que o senhor a presenteou...
Murillo: Ah, a garota que quebrou a bicicleta de sua irmã e que você transou quando Danna foi embora — Se lembrou, deixando-o envergonhado — Sim, me lembro dela.
Miguel: Não precisava se lembrar com tanta riqueza de detalhes assim — Franziu o nariz com a lembrança indesejada.
Alma: Desde que eram mais novas, ela vivia sabotando Ana — Colocou sua bolsa sobre a mesa de centro, livrando as mãos — Até mesmo nos pequenos detalhes. E hoje em dia não é diferente, ela continua perseguindo minha... Ana — Pigarreou, passando uma mão sobre a outra.
Murillo: E o que isso tem a ver Anahí? — Pediu, confuso com as informações — Como assim, ainda sabota? Eu não sei se estou entendendo o que está querendo dizer aqui.
Alma: Eu não estou querendo dizer, eu estou dizendo. Murillo, essa mulher é invejosa e perigosa — Afirmou com o tom cuidadoso — Ela não está medindo esforços para destruir tudo o que tem em volta de minha... Ana — Suspirou com pesar, evitando novamente chamá-la da forma que desejava.
Miguel: E você espera que acreditemos nisso a troco de quê? — A olhou desconfiado, analisando atentamente a postura de Alma — O que você está ganhando por entregá-la dessa forma?
Alma: Não estou ganhando nada — Encolheu os ombros, o olhar tranquilo — Eu estou dando um ponto de partida para vocês, acreditem se quiserem. Da mesma forma que não estou ganhando nada, também não estou perdendo nada — Concluiu com o mesmo tom de voz seguro.
Miguel: Eu não estou gostando disso — Suspirou, se levantando com as mãos nos cabelos — Eu não estou gostando nada disso.
Alma: É o que é, Mica. Você não tem que gostar ou não — Disse simples, dando de ombros.
Murillo: Como você sabe de tudo isso? — Questionou, arqueando uma sobrancelha.
Alma: Eu simplesmente sei — Respirou fundo ao se levantar — Eu fiz tudo o que pude para evitar que muita coisa acontecesse a minha filha e minha neta nesses últimos meses, e acredite, isso tudo aqui poderia ser muito pior — Entregou, sem se dar conta que se referira a elas de forma carinhosa.
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Segunda vez amor
Fanfic"Nem todos os amores são como nos contos de fadas. Nem todos os amores nasceram para dar certo, ao menos não na primeira vez. Uma história mal contada, um passado conturbado e um futuro feliz? Talvez! Da vingança ao amor é apenas um passo."