Epílogo

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Madri, 10 de maio de 2029. 


Querida família, oi! 

Eu sei que receberam essa carta com grandes expectativas, mas a verdade é que dessa vez, eu não tenho muito o que falar. 

Mentira, na verdade tenho sim! Eu sempre tenho o que falar!  E sabe o que é bom? Vocês são meus pais, e não podem nem reclamar da filha que tem. Afinal, como minha mãe se orgulha em dizer, eu sai igualzinha ao meu pai. 

E eu também me orgulho disso. Me orgulho de ser cada dia mais parecida com o homem da minha vida. 

Mas agora, é sério. 

Pai, mãe e Lele. 

Eu sinto a falta de vocês, todos os dias de minha vida. 

Noah tem sido um ótimo parceiro de viagem, e aventura, mas eu tenho certeza, essa viagem seria inesquecível se vocês estivessem aqui. 

Hoje escrevo essa carta, na esperança de que ela chegue antes do aniversário de minha mãe, para que ela possa se sentir, ao menos abraçada nesse dia tão especial. 

Vocês são os amores de minha vida, e eu quero agradecer por toda dedicação e amor que tiveram comigo. Se hoje sou a mulher que sou, devo tudo a vocês. 

Minha rainha, essa parte é onde meu peito se enche de orgulho por poder te chamar de mãe. Obrigada por tudo o que fez e renunciou por mim. Obrigada por cada noite acordada ao meu lado, obrigada por todas as vezes que abriu mão da própria vida, para cuidar da minha. Obrigada por me ensinar a ter fé, e a acreditar que cada um dos sonhos que carrego em meu coração, tem potencial de se tornar realidade. Só depende de mim. 

Mas em especial, agradeço por me ensinar o verdadeiro significado da palavra amor. 

Com você, eu aprendi o que é ter força, o que é ser ter perseverança e resiliência. Com você, eu aprendi que nada vale mais do que o amor e a família. 

Obrigada por ensinar tanto, minha rainha. 

Sinta-se abraçada nesse especial aniversário de 40 anos. 

Eu amo você mais do que tudo em minha vida. E você sabe que isso é a minha maior verdade. 

PS: Eu não iria te deixar sem presente, apenas abra a porta assim que terminar de ler essa carta. 
Vai ser a hora certa. 



— Hora certa...? Pra quê? — Alfonso sorriu, acariciando o cabelo de Anahí. Os olhos estavam vermelhos, e ele se inclinou, beijando o caminho por onde escorriam suas lágrimas. 

Alfonso: Acho que vamos ter que descobrir — Seguiu acariciando Anahí.

Anahí: Eu sinto tanto a falta dela... — Saiu com um fio de voz, abafado pelo soluço. 

Alfonso: Eu também sinto, baby — Limpou seu rosto rapidamente, antes que Anahí percebesse — Mas logo ela estará de volta em casa. 

Anahí: Será que Noah sabe cuidar bem de nossa menina? — Limpou suas lágrimas, pegando o filho que brincava no bebê conforto — Oi, meu amor... — Alfonso sorriu com o carinho na voz dela — Você acordou? 

Alfonso: Acho que tem um neném precisando trocar a fralda — Olhou com o nariz franzido para o garoto no colo de Anahí — Ei, princesa! — Pegou Helena em seus braços, que veio correndo em sua direção. 

Helena: O Juão já pode brincar comigo? — Alfonso e Anahí sorriram com a forma que Helena falava o nome do irmão.

Alfonso: Eu não sei... pergunte a ele — Sugeriu, colocando a menina de frente para o filho — João, você quer brincar com a Helena? — O garoto gritou, batendo as mãozinhas — Acho que isso foi um sim — Olhou para a menina em seu colo — Você não acha? 

Helena: Sim! — Saltou do colo de Alfonso, empolgada — Papai, coloca ele aqui do meu lado — Se sentou no tapete, batendo para que o pai o colocasse ali. 

Alfonso: Primeiro, esse garotão vai ter a fralda trocada — Chamou o menino, que estendeu os bracinhos para ele — E depois... ele pode pensar em brincar. 

Anahí: A campainha, Alfonso — Cutucou ele, extasiada com o som — O meu presente! — Se lembrou da breve carta de Alicia, e se levantou com o menino em seus braços. 

Alfonso: Mulher, se acalme — Seguiu Anahí, divertido com sua euforia. Helena veio logo em seguida, no seu encalço, e ele a pegou no colo, girando-a no ar, antes de colocá-la novamente no chão. 

Era impressionante a forma com que aquela criança de seis anos o tinha nas mãos. Os olhos azuis, idênticos aos de Anahí e Alicia, eram capaz de arrancar qualquer coisa dele. 

— Oh... meu Deus! Alicia! — Anahí segurou o filho em apenas um dos braços, levando a outra mão, trêmula, até cobrir seus lábios. O choro já escorria novamente por seu rosto, e puxou a filha para um abraço, sem dar tempo para que ela falasse qualquer coisa — Minha filha, eu senti tanto a sua falta! 

Alicia: Eu também, minha rainha — Abraçou Anahí e o irmão, uma lágrima escorrendo em seu rosto — Eu também senti muito a sua falta — Confessou, em meio ao abraço, ignorando o fato de que o irmão puxava seu cabelo — Mas agora, nós estamos aqui — Se afastou para que a mãe pudesse olhá-la. 

Os olhos de Anahí se arregalaram ao notar a barriga da filha, que sorria com a mão sobre ela. 

— Feliz aniversário, vovó! — E antes mesmo que Anahí pudesse raciocinar, se virou ao ouvir o barulho do corpo de Alfonso ao cair no chão.

A família crescia, e o amor estava mais forte do que nunca. 

Era o capítulo mais lindo da história de Alfonso e Anahí, crescendo e se multiplicando. 

Mas como Alfonso reagiria a isso? É assunto para uma próxima história. 



Fim. 




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