Capítulo III

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William

- Isso mesmo que você ouviu, eu fiz uma promessa para seu pai e nunca quebraria e o melhor jeito de cumprir com ela e lhe proteger é me casando com você, e é isso que faremos. Além do mais, eu já estou com 29 anos preciso de uma esposa, e você também já passou da idade, sabe que as meninas nascidas na Mafia devem se casar com um dos nossos com no máximo 17 anos.

- Puta que pariu, só pode ser um pesadelo. - Disse se debruçando sobre a mesa e puxando os próprios cabelos, como em uma tentativa falha de tentar acordar de um "sonho". - Eu não vou me casar com você nem que me mate, aliás a morte seria bem melhor.

- Eu não me lembro de ter lhe feito um pedido, apenas estou te comunicando que será minha esposa.

- NÃO, NÃO E NÃO!

Eu respirei fundo tentando me acalmar, mas estava muito difícil. Que todos os deuses que não existem me ajude ou ao invés de proteger essa garota eu iria a estrangular.

- Você acha que eu estou feliz? Acha mesmo que de todas as mulheres da Mafia que caem sob meus pés eu iria te  escolher? Você não tem nada demais, uma garota sem graça, rebelde e teimosa. Não tenha dúvidas que de todas as coisas que eu fiz até hoje me submeter a casar com sua pessoa foi a decisão mais difícil, com certeza o inferno deve ser mais aconchegante que chegar todos os dias e dar de cara com você. Então sua mimadinha do caralho, você não será a única infeliz nessa merda! - Respondi furioso. - Amanhã mesmo iremos nos casar no civil e faremos uma reunião com os parceiros para comemorar. E acho bom colaborar, porque eu irei protegê-la com minha vida se necessário, mas fique sabendo que minha função é te deixar viva, porém com certeza seu pai me entenderia se eu te desse uns belos tabefes ou te deixasse uma semana sem comida para aprender uma lição. Você sabe muito bem quem eu sou Maite, e sabe que quando eu quero ser ruim até o Capeta foge de mim. - Falei e sai em seguida a deixando sozinha novamente.

Não é porque eu tinha que cuidar daquela cretina que eu iria abaixar a guarda, ela seria tratada da mesma forma que eu traria qualquer outra pessoa, e qualquer um que tivesse me desrespeitado do modo que ela vem fazendo já estaria a 7 palmos da terra a muito tempo... Preferia mil vezes ter levado aquele maldito tiro, sem dúvidas lidar com a morte seria bem mais fácil.

- E aí, como foi com a justiceira Perroni? - Perguntou meu companheiro e amigo Fábio quando adentrei meu escritório, ele e André era como irmãos para mim.

- Pior impossível. - Falei me servindo com um copo bem cheio de whisky, e me sentando na minha cadeira. - Acredita que ela tem um site onde vende conteúdos adulto?

- Não creio, me passa o nome depois. - Disse rindo.

- Acha que vou permitir que ela continue com essa besteira? Esposa minha não vai ficar se filmando de pernas abertas e postando na internet.

- Pera aí, o que você disse?

- O que? Pernas abertas?

- Não imbecil, como assim "esposa"? Vai casar com aquele problema em forma humana? E que forma... Já viu o molde traseiro? - Falou se abanando.

- Vou honrar com minha palavra Fábio, e para isso me casarei com ela para poder a manter sob minha guarda. Quanto a seus atributos nada demais. - Falei dando de ombros, mas óbvio que eu estava mentindo, a mulher era uma tentação para meus sentidos.

- Tá brincando? Aquela danada puxou a mãe, não se lembra daquele pedaço de mal caminho?

- Bem vagamente, na época eu não devia ter mais do que 6 ou 7 anos.

- André teve uma baita sorte, o pai dele pagou uma fortuna para ele perder a virgindade com a gostosa da Vandinha.

- Sorte entre aspas né, que na primeira vez conseguiu meter logo um filho na mulher, e veja só o que nasceu, aquela garota insuportável.

- O que será que aconteceu com a Vanda?

- Uma vez ouvi nossos pais conversando e fiquei sabendo que deram um fim nela, pensavam que ela não se cuidou de propósito e engravidou apenas para chantagear os Perroni's.

- Não sei nem como aceitaram Maite, quando André me contou da gravidez  na época pensei que jogariam a criança de um penhasco, afinal era filha de uma prostituta.

- A ideia inicial era sumir com ela mesmo, mas André enfrentou o pai porque queria ficar com a filha. Coincidentemente o velho faleceu 3 dias após a discussão envenenado, e então mesmo muito novo com apenas 13 anos André assumiu o lugar dele.

- Acha que ele o matou para poder ficar com a menina?

- Ele nunca me contou de fato, mas acredito que sim.

- E veja só o que recebeu em troca, uma filha que odeia tanto a Máfia que prefere a morte...

- Como dizem deve ser amor de pai, ainda não tivemos filho então não podemos julgá-lo.

- Você sabe que nesse mundo amor nunca vem em primeiro plano, né? Justamente para evitar esse tipo de coisa que está acontecendo com você agora, tendo que assumir uma responsabilidade que não é sua.

- Antes de qualquer coisa a Máfia é uma família, não se esqueça. 

- O fundador disso tudo foi seu pai, acha que no seu lugar ele estaria fazendo a mesma coisa?

- Eu não sei e nem quero saber, esse agora é o meu reinado, e farei o que "EU" achar melhor.

- Fica calmo amigo, apenas fiz uma pergunta. - Disse erguendo as mãos para cima em forma de redenção.

- É que me incomoda, todos ficam querendo fazer comparações, será que William conseguirá ser tão bom líder quanto Ruan Levy? Porra, meu pai morreu já fazem 2 anos, agora sou eu que estou no comando, não tem que ficar fazendo questionamentos sobre minhas decisões, apenas aceitá-las em silêncio.

- Já vi que hoje tá difícil, vou relevar porque sei o inferno que deve estar passando com aquela nojentinha. Até amanhã. - Falou e saiu em seguida.

- Até. - Murmurei cansado. Ele tinha razão eu estava com os nervos a flor da pele, amanhã nesse mesmo horário provavelmente eu já estaria casado com o motivo da minha dor latejante na cabeça.

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